PEC das drogas em pauta no senado nesta quarta-feira (13)

As incertezas legislativas em torno da posse de maconha para consumo pessoal

Publicada em 12/03/2024

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O relator da comissão, senador Efraim Filho |  Foto: Agência Brasil

Na iminência de um debate crucial, o Senado se prepara para analisar a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que reestrutura as leis concernentes à posse e porte de drogas, independentemente da quantidade. Sob a presidência da Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ) do Senado, Davi Alcolumbre dá destaque à pauta, agendada para esta quarta-feira (13).

O relator da PEC na CCJ, o senador Efraim Filho, propõe uma diferenciação clara entre traficantes e usuários, visando estabelecer penas alternativas para este último. Entretanto, o Supremo Tribunal Federal (STF) também está imerso na discussão, tendo retomado e suspenso o julgamento sobre a criminalização do porte para consumo pessoal de drogas. Este embate judicial adensa a atmosfera política, destacando a divergência entre os poderes Executivo e Judiciário.

"Não acredito eu que seja um tema para ser decidido pelos tribunais, mas pelo Congresso Nacional", ressalta Efraim, enfatizando a importância do debate no âmbito legislativo. Por sua vez, o ministro Dias Toffoli, do STF, solicitou mais tempo para análise, adiando indefinidamente o desfecho da questão no Supremo.

A pressão política é evidente, com senadores da oposição buscando agilizar a votação na CCJ e no Plenário. O senador Rogério Marinho expressa preocupação com o atual placar no STF, temendo as repercussões de uma possível descriminalização do porte de maconha para consumo próprio.

O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, figura como um defensor da criminalização do porte e posse de drogas, respaldando a PEC em discussão. Para ele, a proposta é um instrumento lúcido para combater o consumo de drogas e proteger a sociedade brasileira.

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Presidente do Senado, Rodrigo Pacheco | Foto: Agência Brasil

Enquanto isso, o líder do governo no Senado, Jaques Wagner, adota uma postura cautelosa, defendendo aguardar o desfecho do julgamento no STF antes de definir uma posição governamental.

A PEC em análise propõe uma emenda ao artigo 5º da Constituição Federal, estabelecendo a criminalização da posse e porte de entorpecentes e drogas afins, independentemente da quantidade. Pacheco, no entanto, reitera a importância de preservar a competência legislativa diante das decisões judiciais.

À medida que o Senado se prepara para este embate legislativo crucial, o futuro da legislação sobre drogas no Brasil permanece incerto, pendendo entre as decisões do Congresso Nacional e do Supremo Tribunal Federal.