Deficiência intelectual e múltipla e o uso medicinal da cannabis

Campanha que vai de 21 a 28 de agosto é importante momento para debater como o CBD pode ser um aliado para esses pacientes

Publicada em 23/08/2022

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Por João R. Negromonte

Celebrada desde 1964, a Semana Nacional da Pessoa com Deficiência Intelectual e Múltipla, que vai de 21 a 28 de agosto, é uma campanha anual desenvolvida pela Federação Nacional da Apaes (Associação de Pais e Amigos do Excepcionais) que tem por objetivo a conscientização, inclusão social e o combate ao preconceito e discriminação. 

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Para a Organização das Nações Unidas (ONU), pessoas com deficiência são aquelas com impedimentos de longo ou curto prazo de natureza física, mental, intelectual ou sensorial. Mas, de que forma  a cannabis pode contribuir para esses pacientes? 

Segundo um estudo realizado pela Murdoch Children’s Research Institute, centro de pesquisa médica pediátrica na Austrália, a cannabis, mais precisamente o canabidiol (CBD), apresentou resultados promissores na redução de quadros de agressividade, autolesão e irritabilidade relacionados  à deficiência intelectual. 

No levantamento com 10 jovens, de idades entre 8 e 16 anos, os pesquisadores fizeram a análise  por meio de teste duplo-cego, randomizado e controlado por placebo, isto é, quando os médicos não sabem quem recebeu  o medicamento em testagem ou quem recebeu o  placebo. Ao concluírem a pesquisa, verificaram que os participantes que receberam o tratamento com CBD demonstraram redução na escala ABC-I, que mede a severidade da irritabilidade. Além dos resultados em si, as substâncias não apresentaram  efeitos colaterais significativos, apontando segurança na condução do tratamento.

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Uma outra pesquisa mais recente, desenvolvida pela equipe do professor Dr. Andrés Ozaia, da Universidade Pompeu Fabra, realizou testes com ratos de laboratório.  Segundo os cientistas,  uma possível causa dos déficits cognitivos em pessoas com Down, uma patologia caracterizada pela deficiência intelectual, está diretamente relacionada com o funcionamento do Sistema Endocanabinoide (SEC).

Os  pacientes que apresentavam problemas acentuados de memória, caracterizada por alguma disfunção na região do hipotálamo no cérebro, normalmente são aqueles que convivem com a síndrome. Nos testes realizados, segundo informações coletadas da Associação Brasileira de Distribuição e Logística de Produtos Farmacêuticos (Abradilan), os roedores exibiram uma superexpressão de receptores canabinoides do tipo CB1. Com isso, os neurônios inibitórios prevalecem sobre os excitatórios, o que poderia desequilibrar o funcionamento do cérebro. Isto é, para os pesquisadores, o CBD seria um importante aliado para restaurar o equilíbrio e ajudar os portadores da Síndrome de Down a melhorarem a capacidade cognitiva.

É fato que ainda são necessários mais estudos que comprovem a eficácia da terapia canabinoide para pessoas com deficiência intelectual e múltipla. Contudo, os resultados conseguidos até o momento, trazem um certo alívio aos milhares de famílias que convivem com esses pacientes e buscam incessantemente por uma alternativa que realmente seja eficaz e não tenha tantos efeitos adversos, como a cannabis. 

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