Uso de cannabis não está associado à hipertensão, revela estudo

Os pesquisadores realizaram uma análise dos dados para quantificar as relações entre o consumo de cannabis ao longo da vida, o consumo de cannabis em 12 meses e a incidência de hipertensão

Publicada em 12/03/2021

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Curadoria e edição de Sechat Conteúdo, com informações de High Times (Aj Herrington)

Um estudo de uma equipe internacional de pesquisadores descobriu que o uso atual ou passado de cannabis não está associado a um risco aumentado de hipertensão. Os resultados do estudo “A relação longitudinal entre o uso de cannabis e a hipertensão”, foram publicados na revista Drug and Alcohol Review. 

Para completar o estudo, pesquisadores dos Estados Unidos, Canadá, Alemanha e Rússia investigaram a relação entre o uso de maconha e hipertensão em uma amostra nacionalmente representativa de indivíduos. Durante um período de três anos, os pesquisadores monitoraram a saúde dos participantes, todos os quais não tinham hipertensão no início do estudo. 

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Os investigadores realizaram então uma análise dos dados. Nela, quantificaram as relações entre o consumo de cannabis ao longo da vida, o consumo de cannabis em 12 meses e a incidência de hipertensão.

Na análise inicial, os dados revelaram que “o uso de cannabis foi associado a uma diminuição da incidência de hipertensão nas análises não ajustadas. No entanto, as relações foram confundidas pela idade.”

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“Após o ajuste para todos os fatores de confusão, nem o uso de cannabis ao longo da vida, nem o uso de cannabis em 12 meses, nem a frequência de uso de cannabis em 12 meses foram associados acima do acaso com a incidência de hipertensão”, escreveram os autores do estudo.

Estudo consistente com pesquisa anterior

Os resultados do estudo são consistentes com pesquisas separadas publicadas no mês passado. Estas mostraram que o uso de cannabis pode, na verdade, reduzir a pressão arterial em adultos mais velhos. Um relatório sobre a pesquisa, “Cannabis está associada à redução da pressão arterial em adultos mais velhos - um estudo de monitoramento ambulatorial da pressão arterial de 24 horas”, foi publicado no European Journal of Internal Medicine. 

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Os pesquisadores estudaram 26 pacientes idosos, monitorando sua pressão arterial e outras medidas ao longo de um período de três meses. Assim, os participantes do estudo consumiram cannabis fumada ou por meio de extratos de óleo de cannabis oral.

“O tratamento com cannabis por três meses foi associado a uma redução na pressão arterial sistólica e diastólica. E, também, na frequência cardíaca”, conforme concluíram os autores do estudo.

Como resultado, os pesquisadores notaram que as leituras de pressão arterial mais baixas foram registradas três horas após o uso de cannabis. Enquanto uma queda na pressão arterial foi registrada durante o dia e à noite, a diminuição durante a noite foi mais significativa.

A falta de estudos sobre os efeitos da cannabis em idosos

O Dr. Ran Abuhasira, da Faculdade de Ciências da Saúde da Universidade Ben-Gurion e do Instituto de Pesquisa Clínica BGU-Soroka Cannabis, disse que, sobretudo, faltam investigações sobre os efeitos da cannabis na saúde dos idosos. 

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“Os adultos mais velhos são o grupo de usuários de cannabis medicinal de crescimento mais rápido, mas as evidências sobre a segurança cardiovascular para essa população são escassas”, disse Abuhasira. “Este estudo é parte de nosso esforço contínuo para fornecer pesquisa clínica sobre os reais efeitos fisiológicos da cannabis ao longo do tempo.”

Além disso, uma meta-análise de dados existentes publicada na revista Neuropharmacology descobriu que pesquisas adicionais poderiam levar a novas terapias para doenças cardiovasculares, incluindo hipertensão.

“O sistema endocanabinérgico desempenha um importante papel regulador cardiovascular, não apenas nas condições fisiopatológicas associadas à hipotensão excessiva, mas também na hipertensão”, escreveram os autores. “Assim, a manipulação farmacológica deste sistema pode oferecer novas abordagens terapêuticas em uma variedade de doenças cardiovasculares.”

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