Um brinde às bebidas com cannabis

Da tradicional cervejinha até o chá inglês, a cannabis deve invadir o mercado de bebidas internacional. Aliás, em alguns países, já é realidade. É o que afirma Marcelo Grecco.

Publicada em 12/11/2021

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Coluna de Marcelo de Vita Grecco

Tomar uma cervejinha gelada à beira do mar ou da piscina num dia de sol. Só em pensar já dá vontade de largar tudo e sair correndo para uma dose de relaxamento. Estamos merecendo muito após tantos difíceis momentos que passamos nos últimos meses. Agora coloque nesse exercício de imaginação o consumo de uma saborosa bebida feita à base de cannabis. E daí pode ser cerveja, vinho, sidra, chá, refrigerante, suco ou até mesmo aquele cafezinho que o brasileiro tanto aprecia.

De acordo com o relatório Pesquisa, Inovação e Tendência de Mercado, realizado pela Clarivate e adaptado ao Brasil pela The Green Hub, o mercado global de bebidas à base de cannabis deve chegar a US$ 1,4 bilhão até 2024. Os principais fatores que impulsionam esse crescimento incluem regulamentações favoráveis, investimentos de grandes cervejarias e inovação de startups. 

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Outra pesquisa publicada aqui mesmo no Sechat, realizada pela Zenith Global, foi ainda mais otimista. Apontou essa mesma cifra até 2023 só no mercado dos Estados Unidos. 

Com álcool ou sem, as bebidas com infusão de CBD têm tudo para conquistar um público jovem (de alma, não de cronologia), antenada com questões relacionadas à sustentabilidade ambiental e com disposição para desfrutar o novo. As grandes companhias sabem bem disso, por isso temos observado tantas joint-ventures e aquisições nesse segmento de mercado, principalmente de startups. 

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Não à toa, a TGH resolveu acelerar a startup canadense C-Brew, de Ontário, Waterloo, que irá criar uma cerveja artesanal, sem álcool, com infusão de cannabis. O produto é voltado para atender à demanda de consumidores interessados ​​em uma bebida saudável como alternativa ao álcool. No mercado canadense há oportunidade para oferecer cervejas saborosas, com infusão de CBD e também de THC.

Até o famoso chá inglês está se rendendo ao canabidiol. Bem pertinho do Castelo de Windsor, é possível adquirir uma bebida chamada Trip com 15 mg de infusão de cannabis. A lata custa £ 2,19. O nome da loja, caso você queira passar por lá após o fim da pandemia, é Windsor Farm Shop. Como a loja fica dentro da fazenda da rainha, você pode até ter sorte de esbarrar nela durante suas compras.

Nessa briga por mercado e consumidor estão grandes companhias de bebidas. De acordo com o relatório Expert Market Research 2021-2026, as empresas líderes que operam no mercado de bebidas alcoólicas feitas à base de cannabis estão Anheuser- Busch InBev, California Dreamin’, CannaVines, Dutch Windmill Spirits BV, Heineken NV, Klosterbrauerei Weißenohe GmbH & Co.KG, MJ Wines LLC, NABC, Inc., Rebel Coast Winery, Winabis e Wine & Cannabis.

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No Brasil, enquanto a legislação ainda não permite esse tipo de degustação, uma saída para algumas cervejarias artesanais tem sido o terpeno. Sem qualquer efeito psicoativo, o terpeno é um composto extraído da cannabis. É o que provoca seu cheiro característico e potencializa os efeitos medicinais da planta. Dizem que o terpeno é parente próximo do lúpulo, ingrediente que dá aroma e amargor à  cerveja.

Uma boa notícia, entre tantas outras que envolvem bebidas e cannabis, é em relação ao sabor. No início, uma cerveja com infusão de canabidiol era muito amarga, mais parecendo a mistura de um chimarrão com cerveja! Esse tempo ficou para trás entre a maioria dos fabricantes atuais, com aprimoramento contínuo no produto.

E se você me perguntar sobre as outras boas notícias, não penso duas vezes em responder: geração de empregos e incremento na economia local. Nada mal, concorda?

*Marcelo De Vita Grecco é cofundador, head de Negócios da The Green Hub e colunista do Sechat

As opiniões veiculadas nesse artigo são pessoais e de responsabilidade de seus autores.

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