Tailândia pode se tornar o primeiro país da Ásia a descriminalizar a posse e consumo de cannabis

Após recente legalização dos derivados da planta para uso médico, alimentar e de cuidados com a pele, o país agora está próximo de liberar o uso adulto

Publicada em 21/01/2022

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Por João R. Negromonte, com informações de Bloomberg

Desde o surto da epidemia do novo coronavírus, o turismo, uma das grandes salvações da economia tailandesa, sofreu grandes perdas. O PIB do país em 2020 caiu mais de 6%. O governo e as empresas estão agora procurando uma solução para promover a recuperação econômica na era pós-pandêmica, com foco em culturas de rendimento com alto potencial de mercado, e a principal delas, é a cannabis. 

Após regulamentar o uso medicinal da cannabis no final de 2018, o governo afrouxou ainda mais as restrições no final do ano passado, permitindo que os licenciados também produzissem alimentos e cosméticos com componentes da planta. A agência reguladora do país agora propôs a retirada de alguns derivados da cannabis da lista de drogas controladas, permitindo, caso aprovado, que  o uso adulto seja descriminalizado. 

De acordo com a Bloomberg, uma vez que a proposta for aprovada pelo conselho, ela passará pelo ministro da Saúde Anutin Charnvirakul antes de entrar em vigor.

A idéia e reaquecer a economia do país com um novo mercado, assim, a medida pode permitir que as pessoas tenham acesso total à cannabis sem o medo de longas penas de prisão e multas pesadas, de acordo com Withid Sariddeechaikool, vice-secretário-geral da agência reguladora do país. Atualmente, a posse de cannabis na Tailândia pode levar seu proprietário à prisão por até 15 anos.

“Se conseguirmos descriminalizar a maconha, poderemos nos beneficiar de toda a planta e não apenas de partes dela”, disse Withid. “Os botões de flores e sementes poderiam ser usados ​​economicamente e em conformidade com a lei.”

Caso essa lei seja aprovada, os especialistas estimam que a economia do país volte a crescer. Com uma legislação mais “branda” em relação às substâncias entorpecentes, a previsão é que o turismo volte com força total no país.