Mato Alto; Mar azul

"Podemos usar a cannabis em pessoas que não estão doentes?"

Publicada em 05/04/2022

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Por Fernando Paternostro

Traçar um caminho novo nunca é fácil. Seja algo pessoal ou profissional, quando se está  trilhando algo novo, naturalmente se passa por um processo de transformação interno  que acaba refletindo também no mundo exterior, nas relações interpessoais e na maneira  como enxergamos o mundo. Trabalhar com cannabis no Brasil é desafiador, e para  conseguir manter-se nesse mercado, é necessário entender as dinâmicas entre marcas,  profissionais de saúde, fornecedores e regulamentação do governo. E claro, como o  consumidor (paciente) está enxergando tudo isso. 

Com a cannabis se consolidando dentro do esporte, acabei me tornando autoridade sobre  esse assunto, e fui percebendo como abri essa trilha de forma natural, leve e com  respaldo dos médicos. Isso acabou gerando ainda mais espaço para o mercado,  mostrando para as marcas como é possível sair do mundo das patologias e olhar para o  bem-estar, qualidade de vida e esporte como uma nova via de receita. Para os médicos, a  procura cresceu muito por parte dos pacientes, que passaram a marcar consultas e pedir  o tratamento com cannabis para melhorar a performance esportiva, tratar dores crônicas, a qualidade do sono, a recuperação muscular e também diminuir ansiedade e  insônia.  

Esse mato alto então, trouxe um mar azul até então muito pouco explorado: Como  podemos utilizar a cannabis em pessoas que não estão doentes? Seria então a cannabis  um forte aliado dos médicos para melhorar a saúde mental e física de pessoas que estão  inseridas nesse contexto global de pandemia, guerras e dificuldades financeiras? E mais,  quando não estamos falando de atletas de alta performance, poderia a cannabis ajudar  aquele praticante de atividade física? As típicas caminhadas de fim de dia, ou o  esporádico treino quando dá tempo dentro da nossa rotina acelerada? 

Todas essas perguntas estão já sendo respondidas. Cada vez mais, conheço médicos  integrativos, nutricionistas, fisioterapeutas e médicos do esporte que vem me procurar  para entender como estou utilizando a cannabis para melhorar minha performance  esportiva. E a partir daí, fazerem suas confirmações independentes de como podem tratar  seus pacientes e questões específicas. Isso sem falar do aumento exponencial de artigos  científicos, pesquisas em Universidades norte-americanas, aportes milionários de ligas  esportivas e adesão de atletas de elite ao tratamento com cannabis.  

Cada vez fico mais animado em levar esse conhecimento para mais e mais pessoas.  Cada dia que passa entendo meu propósito como pessoa, onde consegui juntar minha paixão pelo esporte, meus conhecimentos na área de tecnologia e toda a experiência que  obtive no mercado de cannabis internacional para fincar a bandeira da cannabis  dentro do esporte. E, quando olho para trás, vejo quantas pessoas já consegui impactar, e  quantas vidas, junto com o meu time, ajudar. Hoje, procuro inovar dentro da  cannabis e do esporte, trazendo novidades para os médicos de produtos à base de  cannabis que podem auxiliar ainda mais nesse assunto. E vejo a responsabilidade que é  se tornar referência dentro de um mercado tão regulado como esse.  

Trabalhar com cannabis é transformador, é uma oportunidade de fazer a diferença num  mundo que já está muito difícil. Para mim, essa história que construí é o legado que deixo  para minhas filhas, para meu entorno e para a nossa sociedade. Que esse seja o início de  uma tendência mundial que se consolide, trazendo o que é mais importante para todos  nós: saúde!

As opiniões veiculadas nesse artigo são pessoais e não correspondem, necessariamente, à posição do Sechat.

Sobre o autor:

Fernando Paternostro é empresário, triatleta, criador do Atleta Cannabis e pai da Flora e da Bella.