Mano Brown, Rita Lee e Ladislau Porto: um debate sobre a maconha e sua percepção atual

Segundo Brown, um vendedor de pinga não é preso, mas um "comerciante" ou um usuário de maconha podem ser presos no Brasil

Publicada em 16/06/2023

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Por redação Sechat

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O recente debate sobre a descriminalização do porte de drogas para uso pessoal e as indefinições do Supremo Tribunal Federal (STF) sobre a pauta, que aguarda julgamento desde 2015, provoca as diferentes percepções sobre o tema no Brasil. A análise sobre quais serão os rumos da politica de drogas no país se torna ainda mais relevante às vésperas da Marcha da Maconha, em São Paulo.
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Mano Brown, vocalista do icônico grupo de rap Racionais MCs, é conhecido por sua postura engajada e letras que abordam questões sociais. Em 2007, durante sua participação no programa Roda Viva, da TV Cultura, Brown foi questionado sobre sua opinião a respeito da maconha e se ela seria pior do que uma dose de 51, uma bebida alcoólica popular no Brasil. Surpreendendo a todos, Brown defendeu a liberação de todas as drogas ou a retenção de todas elas, argumentando que o problema reside no aspecto comercial dessas substâncias.

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No entanto, o advogado Ladislau Porto, especialista em direito e coordenador jurídico da APEPI/RJ e da AMME/PE, trouxe uma perspectiva diferente para o debate. Durante uma entrevista ao Live Sechat, ele afirmou que, atualmente, Mano Brown não compararia a maconha com o álcool. Segundo Porto, a quantidade de informação disponível sobre a maconha evoluiu significativamente desde 2007, o que pode ter influenciado a visão do rapper.

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Segundo Brown, em sua análise social durante a entrevista, um vendedor de pinga não é preso, mas um "comerciante" de maconha pode ser preso no Brasil.
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Veja o trecho no minuto 2 do vídeo abaixo:

https://www.youtube.com/watch?v=97_rib96YEs

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Porto também citou o exemplo da cantora Rita Lee, também conhecida por seu ativismo e posicionamento em relação às drogas. Rita Lee chegou a afirmar que a maconha não pode mais ser comparada ao cigarro e ao álcool, sugerindo uma mudança na percepção geral sobre a substância ao longo do tempo. Rita Lee, uma das maiores cantoras e compositoras da história do Brasil, morreu em maio de 2023. Ela foi diagnosticada com câncer de pulmão em 2021 e fazia tratamentos contra doença..
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Veja o vídeo:

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https://www.youtube.com/watch?v=CDT-0fkALXM

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As falas de Mano Brown, Rita Lee e Ladislau Porto refletem a complexidade do tema e a importância de considerar diferentes perspectivas. Enquanto o rapper baseia sua opinião em questões sociais e comerciais, o advogado enfatiza a evolução das informações disponíveis sobre a maconha. Já Rita Lee faz uma provocação aos danos causados pelo álcool e cigarro que, na opinião dela, seriam bem piores em relação aos efeitos colaterias da maconha.

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Esse embate mostra que a discussão sobre a maconha está em constante evolução, e é fundamental analisar os argumentos apresentados por ambos os lados. Enquanto alguns defendem a descriminalização da maconha, outros buscam regulamentações mais rígidas. Independentemente da posição adotada, é essencial que o debate seja pautado pelo diálogo e pelo acesso a informações atualizadas e embasadas.

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À medida que a sociedade continua a discutir a legalização e o uso da maconha, as opiniões de profissionais da saúde especialistas no assunto se tornam pontos de referência para uma discussão mais ampla. Enquanto o público acompanha atentamente essa troca de ideias, é necessário que todos estejam abertos a novas perspectivas e ao enriquecimento do debate, buscando uma abordagem mais consciente e ansiosa sobre a questão.