Potencial de fungos no cânhamo representa riscos à saúde, conclui o relatório

O relatório destaca a necessidade urgente de regulamentação na indústria do cânhamo

Publicada em 18/11/2023

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Por Tylla Lima com informações de Hemp Today

Os fungos em questão representam uma série de ameaças à saúde pública, conforme revelado por uma pesquisa recente conduzida por especialistas dos Estados Unidos e Canadá. O estudo aponta para a presença de micotoxinas em plantas de cânhamo e maconha, destacando preocupações sobre seus potenciais impactos negativos na saúde humana.

"O cânhamo e a cannabis são culturas novas e estamos nas fases iniciais de compreensão das relações com seus agentes patogênicos", enfatiza Kimberly Gwinn, professora da Universidade do Tennessee e coautora do relatório. A pesquisa destacou lacunas significativas na compreensão dos riscos associados ao cultivo de cannabis, uma vez que a atenção histórica tem se concentrado no abuso de substância e nos usos medicinais.

Mesmo com a legalização do cânhamo e leis mais flexíveis para a cannabis em muitos estados, é evidente a falta de estudos aprofundados sobre os potenciais riscos à saúde no sistema de cultivo. O relatório, publicado na revista Frontiers in Microbiology, destaca a necessidade urgente de explorar e abordar as questões relacionadas às micotoxinas.

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Os autores, liderados por Kimberly Gwinn, professora de entomologia e patologia vegetal na UT, juntamente com Maxwell Leung e Ariell Stephens da Universidade Estadual do Arizona, e Zamir Punja da Simon Fraser University no Canadá, realizaram uma revisão abrangente da literatura atual sobre micotoxinas em produtos de cânhamo e cannabis. Eles identificaram lacunas críticas na pesquisa sobre o potencial contaminado por micotoxinas e destacaram desenvolvimentos com base em pesquisas em outros sistemas de cultivo.

Uma descoberta significativa do estudo é a falta de padrões para fungos e micotoxinas regulamentares na cannabis e no cânhamo, apesar de serem contaminantes comuns em outras culturas agrícolas. Os pesquisadores observaram que as metodologias utilizadas para alimentos e produtos farmacêuticos comerciais ainda não foram padronizadas para essas indústrias em crescimento.

O artigo analisa especificamente fungos como Aspergillus, Penicillium, Fusarium e Mucor, que podem infectar plantas e produzir micotoxinas. Além disso, enfatizamos que fatores ambientais, como o cultivo local (em ambientes fechados ou ao ar livre, em solo ou sem solo), podem influenciar os tipos de contaminantes e os riscos à saúde resultantes.

Um ponto crítico destacado pelos pesquisadores é o risco aumentado ao fumar cannabis, pois alguns fungos podem causar infecções em tecidos pulmonares e cutâneos, especialmente em pessoas imunocomprometidas. O estudo revela que pacientes com câncer, transplantados e portadores de HIV e diabetes tipo 1 são particularmente suscetíveis a infecções fúngicas, enfatizando a importância de medidas de segurança rigorosas.

Enfrentando o desafio único de avaliar e gerenciar o risco desses contaminantes para a saúde humana, os pesquisadores propõem a implementação de um sistema de dois níveis que distingue entre produtos médicos e recreativos. Eles concluem destacando a necessidade de uma abordagem abrangente que una as questões de produção e segurança humana na indústria em rápido crescimento da cannabis e do cânhamo.

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