Epilepsia: 25% dos pacientes brasileiros têm estágio grave

A cannabis medicinal oferece vários benefícios para as pessoas que não respondem bem ao tratamento tradicional de epilepsia ou que sofrem com efeitos colaterais

Publicada em 21/06/2023

capa
Compartilhe:

Por Redação Sechat com informações do Ministério da Saúde

.

A epilepsia é uma condição do sistema nervoso em que uma parte do cérebro emite sinais incorretos por alguns momentos, resultando em crises caracterizadas por convulsões ou outros sintomas, como períodos de ausência. Durante esses episódios, um grupo de células cerebrais se torna excessivamente excitável, o que leva às manifestações clínicas da epilepsia.

.

A Secretaria de Atenção Especializada do Ministério da Saúde destaca que aproximadamente 25% dos indivíduos com essa condição no Brasil sofrem de forma grave. Essa gravidade exige o uso contínuo de medicamentos ao longo da vida, pois as crises são frequentes e incontroláveis, o que muitas vezes torna a cirurgia uma opção para esses pacientes.

.

Nos países desenvolvidos, a incidência da epilepsia aumenta conforme a idade avança. Já nos países em desenvolvimento, ela geralmente atinge seu pico durante a adolescência e a idade adulta. Estima-se que a epilepsia ativa afete cerca de 0,5% a 1% da população mundial.

.

Diversas condições podem estar associadas à epilepsia, incluindo:

.

  • Lesões no cérebro;
  • Infecções, como meningite e encefalite;
  • Complicações durante o período de parto;
  • Distúrbios genéticos.
    .

Diagnóstico

.

O diagnóstico da epilepsia requer a ocorrência recorrente e espontânea das crises, com intervalo mínimo de 24 horas entre elas. Um único episódio não é suficiente para diagnosticar a síndrome. Além da história do paciente, depoimentos de testemunhas das crises também auxiliam no diagnóstico. Exames complementares, como eletroencefalograma, tomografia de crânio e ressonância magnética cerebral, são importantes para investigação e determinação do tratamento adequado.

.

Tratamento

.

O tratamento da epilepsia envolve o uso de medicamentos que evitam as descargas elétricas cerebrais anormais, prevenindo a hiperexcitação das células responsáveis pelas crises. O Sistema Único de Saúde (SUS) oferece assistência por meio da Política Nacional de Atenção ao Portador de Doença Neurológica, com hospitais habilitados como Centros de Referência de Alta Complexidade em Neurologia/Neurocirurgia, que incluem serviços de investigação e cirurgia da epilepsia.

.

Prevenção

.

Algumas causas de epilepsia, como a anóxia neonatal (falta de oxigênio no cérebro durante o parto) e doenças cerebrovasculares, podem ser prevenidas. Um acompanhamento pré-natal adequado e uma assistência ao parto de qualidade contribuem para reduzir os casos de epilepsia relacionados a problemas durante o parto. Além disso, o controle adequado dos fatores de risco para doenças cerebrovasculares, como hipertensão arterial e diabetes, pode reduzir os casos de epilepsia decorrentes dessas condições.

.

Cannabis como tratamento

.

A cannabis é uma planta que contém compostos químicos chamados canabinoides, sendo o CBD (canabidiol) e o THC (tetraidrocanabinol) os mais estudados. Esses componentes têm demonstrado diversos benefícios, principalmente para pessoas que não respondem adequadamente a medicamentos convencionais ou sofrem com efeitos colaterais indesejados.

.

O CBD tem sido associado a propriedades terapêuticas, como alívio da dor, redução da inflamação, controle de convulsões e tratamento de doenças neurológicas, como a epilepsia. Além disso, o CBD não possui efeitos psicoativos.

.

É importante ressaltar que o uso da cannabis para fins medicinais deve ser feito sob orientação médica adequada. Cada pessoa é única e os efeitos podem variar. Além disso, a legislação sobre o uso da cannabis medicinal varia de acordo com o país e região, sendo necessário seguir as regulamentações locais.