Por que a terapia com cetamina exige supervisão médica

O estudo aponta quais as indicações e afirma que riscos à saúde aumentam com a automedicação

Publicada em 29/06/2023

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Por Redação Sechat

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Um relatório recente examina a utilização terapêutica da cetamina, com foco em tratamentos domiciliares realizados pelas pessoas. De acordo com o El Planteo, o relatório enfatiza a importância de realizar esses tratamentos sob a supervisão de profissionais médicos e em conjunto com sessões de psicoterapia.

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A All Points North (APN) é uma empresa de saúde que se dedica tanto ao bem-estar físico quanto mental. Eles divulgaram recentemente o Relatório de Terapia com Cetamina: O Futuro da Saúde Mental em 2023, no qual analisaram a experiência de 2.000 adultos que utilizaram cetamina.

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De acordo com o relatório, 64% dos usuários de cetamina afirmaram que ela ajudou a aliviar seus sintomas de saúde mental. No entanto, 55% dos americanos e 58% dos millennials que experimentaram a terapia em casa admitiram ter utilizado doses maiores do que as recomendadas, seja por acidente ou intencionalmente. O estudo revelou que os millennials e a Geração Z têm maior propensão a abusar da cetamina em comparação com os Baby Boomers.

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É importante ressaltar os riscos da automedicação com cetamina. Embora 26% dos participantes da pesquisa prefiram utilizar cetamina em vez de antidepressivos ou ansiolíticos, é fundamental que isso seja feito sob a supervisão de profissionais médicos, pois os riscos aumentam significativamente quando os pacientes se automedicam.

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Noah Nordheimer, fundador e CEO da APN, explicou que deixar os pacientes por conta própria pode levar ao uso indevido de drogas ou ao abuso acidental, conforme reportado pelo Drugs Topic.

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Embora a cetamina seja um medicamento controlado pertencente à Tabela 3 e não seja aprovado pelo FDA para transtornos psiquiátricos, sendo indicado apenas como anestésico, 1 em cada 5 entrevistados (21%) relatou utilizar cetamina ou outros psicodélicos para autotratamento de ansiedade, depressão ou outras doenças mentais. Além disso, há a escetamina, um componente ativo da cetamina, que foi aprovada pelo FDA em 2019 para o tratamento da depressão resistente aos métodos convencionais.

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John J. Miller, editor-chefe do Tempos Psiquiátricos, explicou que, para essa indicação, o FDA exige uma estratégia rigorosa de avaliação e mitigação de riscos (REMS) devido aos potenciais eventos adversos, como dissociação e aumento da pressão arterial, bem como o risco de abuso.

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Nesse contexto, Nordheimer acrescentou: "Os pacientes que buscam auxílio por meio de psicodélicos devem buscar opções que incluam supervisão clínica e uma equipe de terapeutas confiável, começando com uma avaliação pessoal e uma análise das necessidades e objetivos exclusivos de cada paciente".