Revisões bibliográficas sugerem que os canabinóides possam ser aliados para o tratamento de câncer de mama

Com uma função de terapia adjuvante, o uso da Cannabis aumenta entre pacientes que estão passando por quimioterapia

Publicada em 05/09/2022

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Por Sofia Missiato

O câncer de mama é o segundo com maior incidência  no mundo e a principal causa de morte por câncer entre o sexo feminino. A cada ano, 2,3 milhões de mulheres são afetadas pela doença, principalmente as que estão acima de 50 anos de idade, conforme dados do Instituto Nacional de Câncer (INCA). 

 Um dado, porém,  da Sociedade Brasileira de Mastologia (SBM) chama a atenção para o aumento da incidência de câncer de mama entre mulheres mais jovens (antes dos 35 anos de idade). Apesar dos números preocupantes, a cannabis medicinal pode ser uma aliada no tratamento para aliviar sintomas como dor, náuseas e falta de apetite.

O câncer é causado por mutações no DNA das células. Basicamente, todas as células saudáveis possuem instruções claras sobre como proceder, ou seja, de que forma crescer e se dividir, assim como seu período de funcionamento e de sua morte. Na presença de algum erro nestas instruções pode surgir uma célula alterada, que por sua vez, se torna cancerígena.

As causas exatas do tumor maligno de mama ainda são desconhecidas, como acontece em outros tipos de câncer. Os médicos afirmam que os fatores de risco seriam desencadeados por questões hormonais, genéticas ou ainda estar atrelados ao estilo de vida, como, por exemplo, o número de filhos ou a opção de não gestar, o sedentarismo, a obesidade e alimentação inadequada.

Segundo estudo publicado em 2020 pela revista científica Journal of Clinical Oncology de 725 pacientes com câncer de mama, 42% utilizaram a Cannabis Medicinal como terapia adjuvante. Principalmente para combater efeitos colaterais dos quimioterápicos como dores, náuseas, inapetência e também, aliviar sintomas decorrentes da doença em si, como ansiedade (57%), estresse (51%) e insônia (70%).

O tratamento do câncer de mama depende da fase em que a doença se encontra e do tipo do tumor. Pode incluir cirurgia, radioterapia, quimioterapia e hormonioterapia, por exemplo. O ataque antitumoral que o tratamento com canabinóides provocaria, seja com THC ou com CBD, é pequeno e, portanto, embora a terapêutica canabinoide seja um adjuvante promissor ela não substitui medicamentos quimioterápicos e protocolos terapêuticos oncológicos. Funciona, portanto, como uma terapia auxiliar, contribuindo para resgatar a qualidade de vida e o bem-estar das pacientes.