Retrospectiva 2019: o ano em que grandes eventos de Cannabis chegaram ao Brasil

São Paulo e Rio de Janeiro receberam importantes seminários e congressos focados em saúde, regulação e negócios; relembre os principais

Publicada em 26/12/2019

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O ano de 2019 foi marcado no Brasil pela regulamentação da produção e venda de medicamentos à base de maconha pela Anvisa. É verdade que o plantio ainda está proibido, mas o marco regulatório foi escrito - e quase no apagar das luzes, em 3 de dezembro. No entanto, ao longo do ano diversos seminários e congressos sobre maconha focados em saúde, regulação e negócios foram realizados no País, num movimento que já tinha a força das associações e pacientes e que agora conta com interesse de empresários.

Selecionamos os quatro maiores eventos do ano.

O primeiro foi o Seminário Internacional Cannabis Medicinal, promovido pela associação Apepi e a Fundação Oswaldo Cruz no Rio de Janeiro. Médicos, advogados, cientistas, ativistas e políticos de sete países trocaram experiências no histórico prédio do IED, na Urca. Voltado à América Latina, o foco do evento foram questões de saúde e direito. O portal Sechat cobriu os dois dias do seminário e também participou de um painel sobre o papel da imprensa na agenda da Cannabis medicinal.

Na noite de 14 de agosto, o grupo Lide Futuro promoveu em São Paulo o primeiro seminário brasileiro voltado para os negócios da maconha, o Cannabusiness. O evento reuniu cerca de 350 pessoas, entre empresários brasileiros já inseridos no setor, além de investidores e público geral. Também teve a presença da diretora da Anvisa Alessandra Bastos Soares. Na ocasião, ela afirmou ao Sechat que era obrigação da agência entregar a regulação em 2019.

Primeiro Cannabusiness promovido pelo Lide Futuro em SP (Foto: Marcus Bruno/Sechat)

Após considerar um sucesso este seminário, o Lide Futuro decidiu produzir outro evento em outubro, desta vez numa sexta-feira pela manhã. Realizado no Museu da Imagem e Som (MIS), o segundo Cannabusiness debateu o potencial brasileiro e os segmentos de negócios possíveis, como cannatech (maconha e tecnologia). O seminário trouxe, além de empresários, a senadora Mara Gabrili (PSDB/SP), paciente de THC medicinal e que fez uma fala bastante emocionante.

E em novembro, a GS&MD, braço de conteúdo e relacionamento do grupo Gouvêa de Souza, uma das principais entidades de varejo do país, promoveu na Casa Natura, também em São Paulo, o Cannabusiness Summit. Este evento contou com apoio do Sechat.

O GS&MD, que já havia feito um painel sobre negócios de maconha durante a feira Latam Retail Show, decidiu investir num seminário exclusivo sobre o assunto e com mais de 8h de debates.

O evento reuniu mais de 20 painelistas, entre empresários, não só ligados à Cannabis medicinal, como de outras áreas da saúde e farmácia. Também trouxe políticos envolvidos com o tema, médicos, jornalistas e advogados.

Além destes quatro grande eventos, o ano também foi marcado por audiências públicas sobre o tema na Câmara dos Deputados, Senado e Anvisa. Outras entidades também promoveram debates sobre a regulamentação da maconha, como o seminário da OAB e uma audiência na Alesp.

Além disso, foram diversos eventos promovidos por associações de pacientes e empresas focadas em temas como educação médica, auto cultivo, direito e redução de danos. Também foram muitas as marchas da maconha em quase todas as capitais brasileiras.

Seminário Cannabusiness Summit, promovido pela GS&MD (Foto: Marcus Bruno/Sechat)
E para 2020?

Marcelo Toledo, CEO da GS&MD, já disse que pretende realizar no ano que vem outro evento como o Cannabusiness Summit, desta vez focado para profissioanis de saúde. Em maio, será realizado na capital paulista o 2ºCannX Brasil, Congresso Internacional de Medicinal Canabinoide. voltando a investimentos em Cannabis, start-ups, pesquisa e desenvolvimento, conhecimento comercial e educação.

E em setembro, será realizada a Brasil Cannabis Expo & Conference, evento que promete ser o mais completo do setor de Cannabis. A organização do evento fechou parceria com o departamento de Agronomia da Universidade Federal de Viçosa e o Grupo Brasileiro de Estudos Sobre a Cannabis sativa. A ideia é utilizar o know how das duas instituições nos setores do agronegócio e área médica.