Representantes do movimento a favor do uso medicinal cannabis são recebidos pelo CFM

O grupo apresentou aos diretores do conselho reivindicações relacionadas a última atualização da Resolução nº 2.324/2022, que dispões sobre o uso médico da cannabis

Publicada em 22/10/2022

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Por redação Sechat

Na última sexta-feira (21), um grupo do movimento pró uso medicinal da cannabis foi recebido pelo presidente em exercício do Conselho Federal de Medicina (CFM), Jeandro Cavalcante, e pela 2º secretária da autarquia, Helena Leão, para discutir reivindicações sobre a normativa 2.324/22 do conselho, que trata dos critério de prescrição do canabidiol no Brasil. 

O comitê, formado por Felipe Suzin, da Federação das Associações de Cannabis Terapêutica (FACT), o diretor de exercício profissional e mercado de trabalho da Sociedade Brasileira de Medicina de Família e Comunidade (SBMFC), Vinícius Ximenes M. da Rocha e pela representante de associações de pacientes em tratamento, familiares e centros produtores, Luna Vargas, destacou a importância da ação do CFM de abrir consulta pública sobre o tema, que acontecerá do dia 24 de outubro a 23 de dezembro deste ano, contudo apontou algumas inconsistências no texto.

“Foi um momento histórico no avanço do tratamento com cannabis no Brasil pois, pela primeira vez o CFM aceitou receber pacientes para discutir essa pauta, mostrando que o tema é mais importante do que parece”, revelou Suzin. 

No encontro, os representantes pediram a revogação da nova normativa, além de sugerir a criação de um fórum de debates sobre o tema. Por sua vez, os porta-vozes do Conselho Federal de Medicina afirmaram que levarão as demandas ao conhecimento dos demais conselheiros federais.   

O representante da FACT, explica ainda que “no documento entregue para o CFM, estão diversos estudos e pesquisas demonstrando os benefícios da terapia canabinoide, inclusive com compostos como o THC, que não está disposto na nova norma mas que já demonstrou eficácia para o Alzheimer, por exemplo”.

Felipe Suzin
(imagem: Arquivo pessoal)

As movimentações a respeito da resolução do conselho não param de acontecer, no mesmo dia deste encontro, outros protestos foram realizados nos conselhos regionais de medicina espalhados pelo país. São Paulo, Rio de Janeiro, Brasília, Roraima, dentre outros são alguns dos exemplos de lugares que receberam a visita dos manifestantes.  

Quando questionado sobre suas perspectivas sobre a pauta, Felipe diz: “Agora é aguardar. Uma coisa é sentar para discutirmos o tema, entender nossas necessidades e abrir o caminho de fato é outra", e ressalta, “continuar fomentando as discussões sobre a cannabis através de palestras e casos clínicos dentro do órgão, foi uma das sugestões feitas ao conselho, que claro, caso seja colocada em prática, quem tem à ganhar com isso é a saúde”.