Queremos reconhecimento!

“O cenário melhorou para as associações, mas e daí?” Questiona o presidente da associação de pacientes Santa Cannabis ao cobrar mais diálogo por parte dos meios regulatórios e associações no diz respeito ao novo cenário político

Publicada em 26/01/2023

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Por Pedro Sabaciauskis

Salve salve galera, demorou mas abalou!

Na primeira coluna do ano não daria pra não falar da nova realidade política brasileira que chegou chegando, com princípios e valores muito alinhados aos das associações canábicas. Isso tira um peso das costas destas entidades e abre caminho para um diálogo, no sentido de serem reconhecidas por esse governo novo como Patrimônio Social do Brasil (claro que para isso precisamos nos organizar). 

Nada mais justo esse reconhecimento pois, somando todas as associações do Brasil, nesse último governo centenas de milhares de pessoas foram tratadas com produto nacional. O que gerou  empregos onde profissionais arriscam suas carreiras e sua liberdade para produzir remédio de baixo custo, com pouca grana, pouca tecnologia e sobre a iminente ameaça de serem fechadas, além claro de nossos colaboradores presos (diante de um governo truculento e  pouco humano, negacionista e perigoso) para garantir saúde  a outros brasileiros. 

Cultivo da Associação Santa Cannabis (Imagem: Arquivo)

Cenário conturbado

Mesmo com esse cenário indesejável, nós das associações chamamos a responsabilidade e praticamos desobediência civil pacífica, controlada e, como verdadeiros guerreiros e guerreiras, sobrevivemos há quatro anos de pressão ideológicas e perseguições para fazer os medicamentos à base de cannabis chegarem para todos os tipos de pessoas e em todos os cantos do país. 

Em meio a esse cenário conturbado, mantivemos o atendimento e o fornecimento, inclusive na pandemia, que no auge, nem mesmo aqueles que detinham um poder aquisitivo maior, estavam conseguindo tais produtos, pois os importados não estavam chegando.  E quem garantiu? As associações é claro!  

E tem mais, além de garantir o fornecimento foram as associações que fomentaram o debate sobre o uso medicinal da planta, a ponto da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) ir contra a Casa Civil e reconhecer seus benefícios, facilitando assim as importações.

Fomos nós também que pressionamos o Conselho Federal de Medicina (CFM) ao ponto do órgão ser obrigado a dar um passo atrás, mostrando aos pacientes e médicos que sim, o THC é importante em vários tratamentos.

Além disso, foi por meio das associações que foram geradas pesquisas e parcerias com universidades públicas e privadas, empresas, institutos, autarquias, instituições políticas, federações de representatividade profissional, aceleradoras, dentre outras, onde o “compliance” ou foi ignorado ou achou caminhos jurídicos para acontecer. Sim, isso tudo quem abriu o caminho fomos nós das associações. 

Queremos reconhecimento

Se sobrevivemos e crescemos nesses últimos quatro anos em um ambiente inóspito imagina o que podemos fazer em um ambiente favorável?

E aí, meu caro leitor, depois dessas e outras, o que você acha? Merecemos ou não o reconhecimento público de “PATRIMÔNIO SOCIAL DO BRASIL”? Responda nos comentários.

É bom a gente sempre lembrar do valor das associações, pois isso incomoda uma indústria que não está alinhado com os nossos valores e nem com os valores que o novo governo mostrou até agora. Essas empresas que estão “babando” pelo nosso mercado, são as mesmas que já consorciaram o mundo entre elas e que estão loucas para fazer a mesma coisa aqui. 

Mas aqui não meu chapa, aqui tem espaço pra coisa nova, disruptiva, com THC, com ervas amazônicas infusionadas, feita por agricultura familiar,  tribos indígenas, comunidades quilombolas e comunidades carentes. 

Aqui a regulamentação pode ser a festa da “JABUTICANNABICA”, fazendo referência a um fruto tipicamente nacional, isto é, pretinha, brilhante e doce como uma jabuticaba madura. E melhor, com gosto de BRASIL!

A jabuticaba, ou jaboticaba, é o fruto da jabuticabeira, uma árvore frutífera brasileira da família das mirtáceas, nativa da Mata Atlântica. (Imagem: Pixabay/Guilhermedentista)

Mas sem radicalismos, ok? Se você é uma empresa que tem valores humanos e quer ajudar essa festa acontecer de forma justa, nacional e que contemple todos, seja bem vindo!

As opiniões veiculadas nesse artigo são pessoais e de responsabilidade de seus autores.

Sobre o autor:

Pedro Sabaciauskis é empresário, ativista da cannabis medicinal e presidente da Santa Cannabis.