Médicos exploram terapia com psilocibina para tratar ansiedade e depressão em pacientes com câncer

Pesquisas apontam para os efeitos promissores do psicodélico derivado do cogumelo na saúde mental de pacientes oncológicos

Publicada em 21/07/2023

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Por redação Sechat

O impacto psicológico de um diagnóstico de câncer é frequentemente tão devastador quanto a própria doença. Em busca de novas abordagens terapêuticas, um grupo de médicos do MD Anderson Cancer Center da Universidade do Texas, em Houston, está prestes a embarcar em uma jornada pioneira no campo da medicina psicodélica para tratar o trauma emocional relacionado à patologia.

Recentemente, esses médicos destacaram as experiências das mulheres com câncer ginecológico, enfatizando os desafios físicos e psicológicos que enfrentam durante o tratamento. Os estágios avançados da doença, juntamente com os efeitos colaterais do tratamento, podem gerar uma profunda incerteza existencial e um medo contínuo da morte, o que afeta significativamente a qualidade de vida das pacientes. 

Embora as terapias convencionais, como a terapia cognitivo-comportamental, tenham sido úteis para muitos pacientes, a jornada para a recuperação completa pode ser longa e desafiadora. Infelizmente, uma grande parcela de pacientes com câncer ginecológico sofre de depressão, ansiedade e medo da morte, o que requer uma abordagem terapêutica mais inovadora e eficaz.

Nesse contexto, a psilocibina, uma substância psicodélica encontrada em certos cogumelos, surgiu como uma promissora opção de tratamento para vários sintomas psicológicos. Estudos preliminares com psilocibina têm mostrado resultados encorajadores no tratamento da ansiedade, depressão, transtorno de estresse pós-traumático e sofrimento no fim da vida. Os médicos do MD Anderson Cancer Center planejam realizar um teste com psilocibina para pacientes com câncer avançado em terapia de manutenção, buscando enfrentar os desafios da saúde mental associados à doença.

Ao modular a atividade cerebral, a psilocibina apresenta mecanismos terapêuticos similares aos dos antidepressivos convencionais, mas com benefícios duradouros com apenas uma ou duas sessões de tratamento. Além disso, pesquisas recentes sugerem que a terapia assistida por psilocibina pode ser uma opção mais econômica em comparação com outras formas de tratamento, tornando-a uma alternativa viável para melhorar a qualidade de vida dos pacientes com câncer.

Enquanto os médicos avançam em seus estudos com a psilocibina para tratar ansiedade e depressão em pacientes oncológicos, também surgem esperanças em outras áreas. Estudos adicionais indicam que essa substância pode ser eficaz no tratamento de pessoas com transtorno obsessivo-compulsivo, abrindo novos caminhos para a terapia psicodélica como uma forma de melhorar a saúde mental em diversas condições.

A medicina psicodélica está em constante evolução, e com o comprometimento dos profissionais de saúde, a esperança é que essas abordagens inovadoras possam trazer alívio e bem-estar para aqueles que enfrentam desafios emocionais em decorrência do câncer e de outras condições de saúde mental.