Pesquisa aponta que obesidade e maconha não caminham lado a lado

Publicada em 22/05/2019

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Os estereótipos de que usuários de maconha são obesos porque sentem muita fome e têm preguiça de fazer atividade física constituem uma lenda cada dia mais contestada. Um estudo novo publicado no “International Journal of Epidemiology” mostrou que os usuários de maconha têm menos probabilidade de serem obesos em comparação com os não usuários.

Os cientistas da Universidade Estadual de Michigan usaram dados da “Pesquisa Nacional Epidemiológica sobre Álcool e Condições Relacionadas” (NESARC) e uma amostra de 33 mil pessoas, que começaram a ser acompanhadas ainda no ano 2000. De lá pra cá, o índice de massa corporal (IMC) passou a ser medido em todas as fases de entrevistas com os pacientes. E a conclusão é de que aqueles que relataram o uso de maconha ganharam peso, mas numa quantidade muito menor do que aqueles que nunca consumiram cannabis.

O estudo oferece algumas teorias para explicar a fato. Uma delas é de que o receptor canabinóide CB1R diminui com o uso crônico de cannabis, portanto cai a absorção de alimentos mais calóricos. Outra possibilidade para explicar a relação entre o uso de maconha e o IMC tem relação com as propriedades anti-inflamatórias de outro receptor canabinóide, o CB2R. “A associação de inflamação e obesidade é amplamente estabelecida em estudos clínicos”, escreveram os autores do estudo.

É importante dizer que a propriedade da maconha de estimular o apetite é real e atinge a imensa maioria das pessoas que usam a cannabis. Tanto que estudos recentes mostram a elevação de vendas da chamada junk food (comida de alto percentual de açúcar e gordura) subiram nos estados americanos onde o uso recreativo da maconha é permitido.

Leia no link abaixo o estudo na íntegra. Está em inglês e é preciso fazer uma cadastro:

https://academic.oup.com/ije/advance-article-abstract/doi/10.1093/ije/dyz044/5382155?redirectedFrom=fulltext