Por redação Sechat
Com base em um relato publicado na revista científica “Drug Science, Policy and Law”, foi observado que um homem daltônico, com dificuldade em distinguir as cores verde e vermelho, melhorou sua capacidade visual após o consumo de cogumelos alucinógenos.
Os pesquisadores destacaram que esse fato evidencia o poder da psilocibina em alterar as habilidades de processamento visual, mesmo em indivíduos com predisposição genética para o daltonismo. O homem do estudo possui deuteranomalia leve, a forma mais comum de daltonismo que afeta cerca de 5% dos homens e 0,4% das mulheres em todo o mundo. A condição é causada por uma falha nos cones sensíveis aos comprimentos de onda médios, células fotorreceptoras responsáveis por detectar a cor verde.
O indivíduo que relatou sua experiência fez parte dos experimentos por conta própria, percebendo melhorias na distinção de cores após consumir várias drogas psicodélicas. Ele decidiu documentar suas mudanças e submeteu-se ao teste de Ishihara, comumente utilizado para diagnosticar a disfunção.
Antes do consumo de cogumelos, ele obteve um resultado de 14 pontos, o que ficava em uma área cinzenta do diagnóstico. Após a ingestão de cogumelos secos, a pontuação aumentou para 15 pontos em 12 horas e, em 24 horas, chegou a 18 pontos, acima do limiar para a visão normal. O teste continuou sendo aplicado durante os meses seguintes, e o homem alcançou a pontuação máxima de 19 pontos oito dias após o consumo de psilocibina, estabilizando em 18 pontos em avaliações quatro meses depois.
O estudo traz evidências esperançosas para o possível tratamento do daltonismo, com a possibilidade de otimizar o processamento visual em indivíduos com a condição. No entanto, mais pesquisas são necessárias para analisar as consequências de longo prazo dessa intervenção e, principalmente, avaliar sua segurança.