Potencial da ayahuasca contra o estresse

Novo estudo brasileiro desvenda os mistérios da bebida considerada sagrada por algumas culturas

Publicada em 14/03/2024

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Um recente estudo, publicado no British Journal of Pharmacology, arremeteu uma luz sobre o potencial terapêutico da ayahuasca no combate aos distúrbios relacionados ao estresse. A pesquisa, liderada pelo professor de farmacologia, Leandro Jose Bertoglio, da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), desvendou os intricados mecanismos pelos quais essa poderosa substância afeta os receptores de serotonina no córtex infralímbico do cérebro, crucial na regulação do medo.

A ayahuasca, uma bebida tradicionalmente utilizadas em cerimônias na Amazônia, tem despertado crescente interesse devido aos seus potenciais efeitos terapêuticos. No entanto, poucos estudos haviam investigado sua ação em áreas específicas do corpo humano até agora.  

A pesquisa, conduzida em ratos, revelou que o composto psicodélico acelerou significativamente a extinção do medo, independentemente da duração da memória aversiva. Este efeito foi associado à ativação dos receptores de serotonina 5-HT1A e 5-HT2A, proporcionando insights valiosos sobre os mecanismos moleculares subjacentes ao poder terapêutico da ayahuasca.

O estudo não apenas amplia nosso entendimento sobre os efeitos da ayahuasca no cérebro, mas também sugere novas possibilidades de tratamento para distúrbios como transtorno de estresse pós-traumático e depressão. Além disso, a crescente aceitação pública dos psicodélicos como ferramentas terapêuticas é evidenciada por pesquisas recentes.  

Em suma, este estudo abre novas portas para a compreensão e aplicação terapêutica da ayahuasca e de outros psicodélicos, promovendo uma abordagem inovadora no tratamento de distúrbios relacionados ao estresse. À medida que continuamos a explorar os potenciais benefícios dessas substâncias, é imperativo que a pesquisa avance em colaboração, visando melhorar a saúde mental e o bem-estar de indivíduos em todo o mundo.