O que não te contaram sobre as escrituras sagradas? Descubra as “drogas” descritas na Bíblia

Um mergulho nas substâncias psicoativas e medicinais mencionadas nos textos bíblicos

Publicada em 26/03/2024

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A civilização humana, desde tempos imemoriais, teceu uma intrincada relação com o reino vegetal. Plantas não apenas nos sustentam, mas também nos inspiram, curam e conectam ao divino. Nos textos sagrados, em especial na Bíblia, encontramos uma rica tapeçaria de referências botânicas, desde incensos cerimoniais até óleos de unção.  

Plantas na Bíblia

Identificar as plantas mencionadas na Bíblia é uma tarefa desafiadora. Estudiosos reconhecem cerca de 206 espécies, com um consenso em torno de 96 plantas. No entanto, as traduções variadas, a evolução linguística e as mudanças climáticas dificultam a identificação precisa. Muitas vezes, as traduções incluem referências a plantas não nativas da região, complicando ainda mais a questão.

Embora as plantas psicoativas representem apenas uma pequena fração do reino vegetal, elas desempenharam papéis significativos nos contextos médico, espiritual e cultural. Entre as plantas mencionadas na Bíblia, algumas têm propriedades alucinógenas ou narcóticas, como a mandrágora, o absinto e o zimbro.

Uvas

As uvas, embora não sejam psicoativas em si, têm um lugar proeminente na Bíblia devido ao seu produto final: o vinho. Presente em cerimônias, comércio e medicina, o vinho era uma das commodities mais importantes na antiguidade.

Mandrágora

A mandrágora, famosa por suas raízes humanoides, é tanto uma curiosidade botânica quanto uma planta com propriedades alucinógenas. Mencionada em Gênesis 30, sua utilização é envolta em mitos e lendas.

Absinto

O absinto, conhecido por sua amargura, também foi associado a propriedades alucinógenas. Mencionado em Jeremias 9:15, sua presença na Bíblia reflete seu uso histórico como veneno e estimulante.

Zimbro

O zimbro, embora não seja consumido, é queimado ritualisticamente. Mencionado em Reis 19:5, sua presença na Bíblia está ligada à intervenção divina e à espiritualidade.

Maná

O maná, mencionado no Êxodo, é um enigma botânico. Alguns teorizam que sua origem pode estar ligada ao fungo do centeio, embora essa visão seja controversa.

Papoula e Nardo

A papoula, associada ao "vinho e fel" da crucificação, e o nardo, usado em unções cerimoniais, têm sido objeto de debate entre estudiosos quanto a seus efeitos e interpretações bíblicas.

Como tal, os efeitos ativos dessas plantas foram administrados por inalação e óleos tópicos, em vez de por via oral. Por exemplo, em Marcos 14:3, uma mulher unge a cabeça de Jesus com óleo de nardo antes de visitar a casa de Simão, o leproso, talvez para proteger Jesus de doenças. Em João 12:3, Maria unge os pés de Jesus com o mesmo óleo.

Acácia

A acácia, cujas espécies produzem a enteógena dimetiltriptamina (DMT), desencadeou especulações sobre seu papel em relatos bíblicos, como o da sarça ardente de Moisés.

Cannabis

A referência ao "kaneh-bosm" em Êxodo 30:23 tem sido objeto de intensa discussão. Alguns teorizam que essa planta poderia ser a cannabis, embora essa interpretação seja disputada.

A jornada pelas plantas tidas como drogas na Bíblia nos leva a uma compreensão mais profunda da interseção entre botânica, espiritualidade e cultura. Essas plantas não apenas influenciaram os rituais e práticas religiosas antigas, mas também continuam a despertar curiosidade e debate nos tempos modernos. 
 

Com informações de El Planteo