Em Austin, debates sobre psicodélicos na SXSW indica novo capítulo na terapia e no mercado farmacêutico

Com crescente interesse na comunidade médica e científica, as possibilidades terapêuticas dos psicodélicos têm sido objeto de intensa investigação e debate

Publicada em 13/03/2024

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O South by Southwest, ou SXSW, é um dos eventos mais significativos da atualidade, realizado em Austin, Texas. Durante dez dias, atrai participantes de todo o mundo para debater uma ampla gama de temas, incluindo inovação em mídia, interatividade, comportamento, música e consumo.

Neste ano, um dos assuntos mais discutidos é o potencial da terapia psicodélica. Com crescente interesse na comunidade médica e científica, as possibilidades terapêuticas dos psicodélicos têm sido objeto de intensa investigação e debate.

O SXSW oferece uma plataforma única para especialistas, pesquisadores e entusiastas explorarem os avanços e desafios associados a essa área emergente da medicina. Desde discussões sobre os mecanismos de ação dos psicodélicos até relatos de experiências clínicas bem-sucedidas, o evento proporciona um panorama abrangente do estado atual e do futuro potencial da terapia psicodélica.

Em um mundo cada vez mais aberto a novas abordagens terapêuticas, o SXSW desempenha um papel crucial ao destacar o papel dos psicodélicos no campo da saúde mental e emocional.

A SXSW de 2024 reforçou o debate sobre psicodélicos. O motivo? 

Uma iminente mudança na regulação que poderá abrir portas para novas formas de tratamento e até mesmo um lucrativo mercado, seguindo os passos da cannabis e medicamentos para emagrecimento.

Prevista para agosto, a aguardada liberação do MDMA para uso terapêutico pela FDA, a Anvisa americana, está despertando grande interesse. Conhecido como o princípio ativo do ecstasy, o MDMA pode em breve ser utilizado, sob supervisão médica, no tratamento de diversas condições, desde autismo até depressão e vícios.

A psiquiatra Julie Holland enfatiza que o MDMA, combinado com acompanhamento terapêutico, pode estimular a produção de dopamina e serotonina no organismo, promovendo um equilíbrio que acelera o tratamento do paciente.

Matthew Baggott, cofundador e CEO da Tactogen, destaca que, ao contrário do LSD, conhecido por seus efeitos transcendentais, o MDMA induz a um estado de bom humor, sem descolamento do eu. Para Baggott, isso pode facilitar a terapia ao permitir que os pacientes sejam mais honestos consigo mesmos e com os outros.

Enquanto o mercado de psicodélicos ainda está em sua infância, já atrai a atenção de investidores. A Palo Santo, por exemplo, fechou recentemente a captação de seu primeiro fundo de US$ 50 milhões, exclusivamente destinado a esse setor.

Em janeiro, o site Motley Fool recomendou seis ações de empresas farmacêuticas que investem nesse campo, embora seja importante ressaltar que este ainda não é um mercado regulamentado.

Fonte: Startups