Cientistas da UFSC analisam uso da Cannabis contra o Parkinson e Alzheimer

Os testes devem durar cerca de três anos e envolvem avaliações em Florianópolis (SC), Rio do Sul (SC) e Foz do Iguaçu (PR)

Publicada em 06/03/2024

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A Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) anunciou um ensaio clínico em parceria com a Universidade Federal da Integração Latino-Americana (Unila) para investigar o potencial terapêutico de substâncias extraídas da Cannabis sativa no tratamento das doenças de Parkinson e Alzheimer. Com a participação de 140 pacientes, divididos igualmente entre as duas condições de saúde, este é considerado um dos maiores estudos do gênero no mundo.

O projeto, liderado pelo professor Rui Prediger da UFSC, terá uma duração estimada de três anos e envolverá pesquisadores de três instituições, com avaliações sendo conduzidas em Florianópolis (SC), Rio do Sul (SC) e Foz do Iguaçu (PR). O destaque da iniciativa reside não apenas na abrangência geográfica, mas também no número significativo de participantes.

Em comparação com estudos anteriores, que geralmente envolvem grupos reduzidos de 15 a 20 pacientes, os ensaios da UFSC e Unila se destacam pelo pioneirismo. "Normalmente os estudos clínicos são feitos com um número pequeno de pacientes. Os realizados até agora com canabinoides e Parkinson e Alzheimer estão na faixa de 15 a 20 pacientes", observa o professor Rui Prediger.

Os primeiros pacientes diagnosticados com Parkinson já receberam os kits contendo canabinoides e passaram por avaliações iniciais em Florianópolis e no Rio do Sul, iniciadas em janeiro. Já os estudos relacionados ao Alzheimer têm previsão de início para março, ocorrendo em Foz do Iguaçu. Ambas as pesquisas seguirão metodologias semelhantes.

Durante os primeiros seis meses, metade dos participantes de cada grupo receberá um composto contendo canabidiol (CBD) e tetrahidrocanabinol (THC), ambas extraídas da planta de maconha, enquanto a outra metade receberá um placebo, sem efeito terapêutico. Tanto os pacientes quanto os cientistas serão cegos para quem está recebendo o tratamento real.

Os participantes serão submetidos a avaliações periódicas, abrangendo parâmetros como tremores e movimentação nos pacientes com Parkinson, e memória nos casos de Alzheimer. Além disso, serão monitorados sintomas de ansiedade, depressão e qualidade do sono, entre outros. Os encontros incluirão atendimento neurologista e exames de sangue para avaliação de indicadores de progressão das doenças.

Fonte: UFSC Notícias