A incrível jornada da "Médica da Alma" na busca pela da cura da fibromialgia

"A cannabis nos faz ter percepções que antes não tínhamos e isso também é o terceiro olho. É uma junção muito linda", define Juliana Sudário

Publicada em 05/02/2024

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Em um relato tão pessoal quanto inspirador, a psiquiatra Juliana Sudário, que se autodefine como "Médica da Alma", compartilhou os momentos sombrios que a levaram à cannabis medicinal como uma esperança em sua luta contra a fibromialgia. 

Em 2020, Juliana experimentou uma série de crises debilitantes que a deixaram paralisada por três longas semanas. Desesperada, ela revela: "Não conseguia falar, comer, tomar banho. Enfim, não fazia absolutamente nada sozinha." O diagnóstico de fibromialgia trouxe consigo um fardo de dor insuportável.

A médica, após receber o diagnóstico, buscou diversas abordagens da medicina tradicional, mas os resultados foram paliativos. O médico da época prescreveu uma combinação de sete medicamentos alopáticos, que reduziram a dor de um nível dez para sete, mas a paralisia persistia.

Foi a iniciativa do marido, um anestesista, que mudou o rumo da história. Diante da incapacidade de aliviar a dor de sua esposa, ele apresentou um vidro de óleo de canabidiol isolado. Em um gesto desprovido de preconceitos, Juliana decidiu tentar, marcando o início de mudança transformadora, principalmente sobre o olhar sobre a planta. 

A Transformação com a Cannabis

O primeiro contato com o CBD proporcionou melhorias no sono, mas não atacou a dor de frente, já que não continha THC, o componente necessário para esse fim. Determinada a encontrar uma solução completa, Juliana buscou em uma associação a mistura ideal, com óleo 1 (CBD) para 1 (THC). Após cinco a seis meses, as dores começaram a desaparecer, levando-a de um nível dez de dor para zero.

Inspirada por sua própria jornada, a "Médica da Alma" não hesitou em incorporar a cannabis medicinal em seu uso terapêutico. “Não posso deixar os meus pacientes sem acesso. Preciso levar qualidade de vida para eles.” Atualmente, enfrenta a vida com a dor, mas não mais como uma limitação.

Além do alívio da dor, Juliana destaca os benefícios abrangentes da cannabis no sistema imunológico, sistema nervoso central e periférico. A quebra de preconceitos é essencial para viver de maneira natural e plena. “Quando abrimos nossa mente, nos libertamos e vivemos melhor.”

Misticismo e Ciência: O Terceiro Olho e a Glândula Pineal

Juliana explora uma perspectiva intrigante, ligando a glândula pineal ao misticismo e à ciência. Revela que, além de suas funções físicas, a pineal atua como uma antena, captando radiações eletromagnéticas que influenciam desde os ciclos menstruais até as emoções e percepções mais intensas do momento presente.

"A ciência ocidental, até pouco tempo, acreditava que a Glândula Pineal era um órgão atrofiado, um olho não desenvolvido e com funções indefinidas. Mesmo assim, isso despertou o interesse dos cientistas, que acabaram descobrindo funções relacionadas à física e aos fenômenos paranormais", explica. 

Segundo ela,  a Glândula Pineal, também chamada de epífise, é capaz de captar radiações eletromagnéticas da lua que regula os ciclos menstruais por exemplo. Essa glândula também pode despertar a produção de substâncias neurotransmissoras que estimulam a atividade física e mental. A médica explica que é possível ter uma abertura “mental”. "Foi o que aconteceu com uma paciente que, após o uso do óleo de cannabis, começou a ter uma percepção mais intensa de tudo que ela estava vivenciando - o agora", disse. 

Segundo a médica, essa experiência foi transformadora na relação familiar da paciente. "Antes do óleo, ela abraçava o filho e parecia apenas um abraço afetivo. Após o uso, a paciente relatou que começou a sentir textura da pele. Era um turbilhão de emoções! Tudo mais prazeroso."

"A cannabis nos faz ter percepções que antes não tínhamos e isso também é o terceiro olho. É uma junção muito linda", define. 

Reconhecendo que a cannabis não é a única resposta, Juliana destaca outros pilares essenciais para uma vida equilibrada. Terapia, exercícios físicos, alimentação saudável e o contato com a natureza são fundamentais. O autocuidado é prioridade, filtrando ambientes tóxicos para uma verdadeira liberdade.