Negócios na Califórnia: campus de cannabis será um dos maiores projetos de propriedade de negros

Empresária norte-americana do mercado de cannabis, realizou um investimento inovador para construção de um “Campus de Cura Holística Alternativa”

Publicada em 27/10/2022

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Redação Sechat

Uma nova proposta para um campus pode se tornar um dos maiores projetos de cannabis de propriedade de negros em Sacramento, capital da Califórnia (EUA). Zion Taddese, empresária local e proprietária do restaurante Queen Sheba, está investindo  US$ 25 milhões na construção de um “Campus de Cura Holística”  no sul da cidade. 

Com as construções iniciadas recentemente, o Instituto Shashemene de Medicina Holística Alternativa e Natural será uma instalação de cultivo, fabricação, distribuição, treinamento e educação e visa ainda a geração de oportunidade para a comunidade negra entrar na indústria da cannabis. Segundo a Fortune, empreendedores negros respondem por menos de 2% dos negócios de maconha nos EUA.

O Instituto fica localizado no bairro Shashemene Institute, na Califórnia, comunidade rastafari no sul da Etiópia, nos EUA. Há milhares de anos, os antepassados destes povos usavam a cannabis como forma medicinal e para rituais. Rastafari é uma religião também da região e que se desenvolveu entre os jamaicanos negros na década de 1930.

O  projeto de Zion está  em conformidade com as diretrizes estaduais e municipais, mas ainda  espera a expansão nacional à medida que as leis federais se ajustem e evoluam em benefício da indústria da cannabis.

A Califórnia é o principal  ponto de acesso do país para negócios e empregos de cannabis. O estudo  Leafly Jobs Report de 2021,  revelou que o estado continua sendo o maior empregador de cannabis do país, com 57.970 empregos equivalentes em período integral, seguido pelo Colorado com 35.539 empregos. Na Califórnia, agora há mais trabalhadores de cannabis (57.970) do que caixas de banco (41.140).

O relatório também afirmou que o setor de cannabis licenciado da Califórnia saltou cerca de 80% em um único ano, de US$ 2,1 bilhões em vendas de 2019 para US$ 3,77 bilhões em  2020. Abordou ainda  que os “danos devastadores da Guerra às Drogas” recaem em grande parte sobre os americanos negros,  cerca de 13% da população do país, mas apenas 1,2% a 1,7% de todos os proprietários de empresas de cannabis. 

A expectativa é de que  o Instituto Shashemene seja inaugurado no final de 2023. Quando isso acontecer, fará parte de uma indústria multibilionária que tem representação negra mínima.