Marcelo D2 fala ao Sechat sobre passado e futuro da cannabis no Brasil

Em entrevista exclusiva, o músico diz que a repercussão da prisão da banda Planet Hemp contribuiu para estarmos aqui hoje falando abertamente da planta

Publicada em 12/10/2022

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Por João R. Negromonte

Em setembro aconteceu em São Paulo mais uma edição do Cannabis Thinking, evento que fomentou o debate sobre os usos da cannabis e trouxe nomes importantes para a discussão como o advogado Pedro Abramovay, o influenciador digital, especialista em marketing e fundador da empresa SuperWeb Inc., AD Júnior, o ministro da 4º turma do Superior Tribunal de Justiça, Rogerio Schietti e o do cantor e compositor Marcelo D2.

D2, que ao lado dos  integrantes da banda Planet Hemp, foi preso em 1997 pela polícia federal por apologia às drogas e formação de quadrilha, hoje, revela que ainda precisamos evoluir muito nas questões sociais relacionadas ao tema, mas fazer parte deste processo de desmistificação da pauta, mesmo que da pior maneira, é gratificante. 

“Não precisava ser assim, tivemos vários problemas psicológicos com a prisão na época. Contudo o fato nos fortaleceu. Lembro que saíram várias matérias na época a respeito do caso e, conversando com amigos depois, me revelaram que tinham criado coragem para falar sobre maconha com a família na mesa de jantar”, destaca Marcelo, que firmou parceria com a Koba, primeira marca de óleo de CBD paraguaia a entrar no Brasil.

Confira a entrevista completa:

https://www.youtube.com/watch?v=q3M4FGn_fs4
Entrevista com Marcelo D2 no Cannabis Thinking 2022
(Imagens: Carolina Collet)

Criada pelos empresários Diego Barros e André Kochem, o grande diferencial da empresa, segundo Barros, é a questão social “O produto feito em parceria com o D2 é fabricado no Paraguai, com selo do projeto social ‘Hemp Guarani’, onde mais de 4.500 pessoas e sete colônias indígenas são impactadas diretamente”, explica o empreendedor se referindo ao projeto da empresa de retirar os produtores indígenas de cannabis da ilegalidade no país sulamericano. “Antes, esses produtores eram controlados pelo crime organizado e, agora, têm a oportunidade de produzir legalmente o cânhamo no Paraguai”.

Diego Barros (Imagem: Arquivo Pessoal)

Quando questionado sobre se é possível a pauta social caminhar junto com o uso medicinal e ao mesmo tempo adulto, Diego diz:

“Com certeza, precisamos pensar nas milhões de pessoas injustiçadas e escravizadas diariamente pelo crime organizado, assim como também na luta falha da guerra às drogas do nosso sistema, que utiliza da força bruta para manter um controle ‘invisível’ sobre a população de baixa renda.”

Diego conclui que sem educação e informação, não iremos conseguir desmistificar os diferentes usos da planta, seja terapêutico, medicinal ou adulto, afinal, assim como o lema da campanha Koba mesmo diz: "Todo usuário também é paciente!"