<strong>Mães do Brasil lutam pelo acesso à cannabis medicinal </strong>

O portal Sechat dá destaque a quem realmente está na linha de frente de uma batalha poderosa: o acesso ao uso da cannabis na vida dos filhos

Publicada em 12/05/2023

capa
Compartilhe:

Por Tylla Lima

“Depois de fazer uso da cannabis medicinal, a minha filha é outra criança. Hoje  eu me sinto feliz e tranquila ao vê-la se desenvolver dentro do diagnóstico de paralisia cerebral e epilepsia”, comemora Janaína Rodrigues, dona de casa, do Rio de Janeiro. 

A  sua filha  Ysis de 7 anos nasceu prematura e teve o diagnóstico das duas patologias. Foi aí que começou para Janaína a busca por um tratamento mais célere. “Cheguei até a cannabis por meio de da ONG NEEM, que apoia famílias do Complexo do Alemão. O acesso ainda é difícil e a prescrição ainda não é tão fácil”, explica Janaína.

Há um ano Ysis faz uso do óleo de CBD (canabidiol), importado dos Estados Unidos, quatro vezes ao dia. “A cannabis mudou a vida da minha filha, ela tinha seis a oito crises por hora, e usava quatro medicamentos, sem apresentar melhora. A planta controlou as crises da Ysis”, reforça. 

Ao redor do mundo, muitas mães, como Janaína, têm se dedicado incansavelmente a buscar tratamentos alternativos para suas crianças que sofrem de condições médicas complexas, como epilepsia refratária, câncer, autismo, entre outras. Para elas, a cannabis medicinal se tornou uma esperança, uma opção terapêutica que oferece alívio e qualidade de vida para seus filhos.

.

“Depois de fazer uso da cannabis medicinal, a minha filha é outra criança. Hoje eu me sinto feliz e tranquila ao vê-la se desenvolver dentro do diagnóstico de paralisia cerebral e epilepsia (…) A planta controlou as crises da Ysis. A cannabis mudou a vida da minha filha."

Janaína Rodrigues, mãe da Ysis

.

A importância de informação para o combate ao preconceito

O preconceito e a desinformação em torno da cannabis têm sido os maiores obstáculos nessa estrada. “Não foi tão simples, dentro da minha família sofri muito preconceito”, afirma Jenifer Amaral, copywriter, de Santa Catarina. O filho Theo, hoje com seis anos, foi diagnosticado aos três anos com Transtorno do Espectro Autista (TEA). Em conversa com uma médica, as terapias alternativas foram sugeridas. Nesse caminho, Jenifer, conseguiu por meio da associação Santa Cannabis, óleo de CBD, para o Theo.

Os avanços na qualidade de vida foram sentidos já nos primeiros meses. “Eu até me emociono, mas com dois meses de uso do óleo, o meu filho me chamou de ‘mamãe’ pela primeira vez. Começou a notar o mundo ao redor dele com outros olhos. Ele aprende idiomas com facilidade, começou a escrever aos quatro anos. Encontrei uma maneira que dá muitas possibilidade de tratar o meu filho”, relata Jenifer.

À medida que essas mães persistem em suas batalhas, pesquisas científicas já demonstraram os benefícios terapêuticos da cannabis em uma variedade de enfermidades, o que vem contribuindo para uma mudança gradual de paradigmas. “Acho indispensável que essas informações se propaguem no mundo, para que as pessoas tenham pelo menos a experiência do uso da medicina alternativa. Me sinto abençoada por não ter tido medo e preconceito, acreditei no processo e posso contemplar os avanços na vida do Theo”, finaliza.

.

"Eu até me emociono, mas com dois meses de uso do óleo, o meu filho me chamou de ‘mamãe’ pela primeira vez. Começou a notar o mundo ao redor dele com outros olhos. (….) Me sinto abençoada por não ter tido medo e preconceito, acreditei no processo e posso contemplar os avanços na vida do Theo.”

Jenifer Amaral, mãe do Theo

.

Neste Dia das Mães, enquanto celebramos o amor incondicional e o cuidado materno, também queremos render homenagem a essas mães valentes e inspiradoras que estão na linha de frente da luta pelo acesso à cannabis medicinal para seus filhos. São mulheres que enfrentam desafios diários, mas nunca desistem de buscar o melhor para aqueles que mais amam.