Luiz Henrique Mandetta e a Cannabis medicinal

Qual é a opinião do Ministro da Saúde em relação a Cannabis?

Publicada em 15/04/2020

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O Sechat recuperou o que o Ministro da Saúde já falou sobre o uso do canabidiol e a regulamentação do uso medicinal da cannabis no último ano

O Ministro da Saúde se posicionou poucas vezes sobre o assunto, já que o principal porta voz do governo Bolsonaro para o tema era o ex Ministro da Cidadania, Osmar Terra. Porém, ele admitiu o uso para alguns casos e chegou a se posicionar favoravelmente a incluir medicamentos derivados da cannabis no rol daqueles fornecidos pelo Sus.

Em agosto de 2019, o Ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta declarou ser a favor do uso medicinal de Cannabis mas descartou o uso recreativo.

No entanto, Mandetta afirmou que as evidências de eficácia são basicamente para crises convulsivas reentrantes, ou seja, para aqueles pacientes que não controlam seus ataques com os medicamentos anticonvulsivantes.

O ministro explicou, contudo, que como a demanda por medicamentos à base de Cannabis é restrita, não há sentido produzi-los no Brasil. Para ele, o volume pequeno não justifica fazer uma fábrica só para esses pacientes. E ainda adicionou que é contra o uso recreativo, “Para nós da saúde, seria uma droga a mais para a gente lutar”.

Apesar de ser a favor do uso medicinal, o ministro defende a restrição no uso da substância, apontada como opção de tratamento de crises de convulsão. “Nós não temos problemas com substância. Nós usamos morfina, que é muito mais complexo, usamos codeína, xilocaína… Nós temos no nosso arsenal drogas extremamente mais complexas do que essa. Mas não fazemos nada por empirismo. O que tem de evidência científica? Está comprovado? Está habilitado? Chama os conselhos federais de Medicina e Farmácia e pergunta para eles”, afirmou em entrevista ao site Gazeta do Povo em outubro de 2019.

Para Mandetta, a Anvisa fez uma opção "fora do campo científico" ao permitir um aval a produtos sem todos os testes que comprovem eficácia e segurança. "Temos de ver agora as indicações e para que isso se aplica. Mas, quando começa uma coisa assim e ninguém demonstra com estudo randomizado, que é chato de fazer, vejo com certa desconfiança. Não acredito em panaceia, que serve para tudo”, declarou o ministro em uma entrevista à Folha de S. Paulo.

Logo após liberação da comercialização de medicamento à base da Cannabis, Mandetta declarou: “acho que ele (CBD) se encaixa no SUS. Temos usuários que precisam do canabidiol, e temos feito há muito tempo essa discussão, porque temos crianças com crise convulsiva reentrante [sucessivas]."