"Hora das associações se unirem para exigir respeito com pacientes de cannabis"

Presidente de entidade no Sul do Brasil defende que associações participem da regulação da Anvisa: "somos detentores do know-how brasileiro e estamos fazendo o que o Estado se isenta"

Publicada em 07/10/2019

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Por Pedro Sabaciauskis, presidente da Associação Brasileira de Cannabis Medicinal (Santa Cannabis), que atua em Santa Catarina e São Paulo

Nós da Santa Cannabis aguardamos ansiosos a regulação. Não uma regulação qualquer, mas sim uma que traga solução rápida, barata e de qualidade pra milhares de mães, pais, filhos e netos de pacientes que depositam esperança na Anvisa, como órgão regulador, no Executivo, no Legislativo e no Judiciário.

Esperança de uma melhora na qualidade de vida de brasileiros que hoje correm risco por um direito básico que é a saúde. Direito que virou mercadoria em nome de interesses um tanto quanto nebulosos e que se camuflam em bases nenhum pouco sólidas e cofiáveis.

Isso se agrava quando estamos falando da cura que vem através de uma planta que todos deveriam ter acesso, que as instituições internacionais já reconheceram e que o mundo já enxergou, não só potencial medicinal, mas também financeiro e de desenvolvimento e mais do que isso de soberania.

Pois, pelo andar da carruagem seremos mais uma vez os últimos. A pergunta que fica é se a regulamentação vai abrir possibilidades de as associações e pequenas empresas terem a vantagem de investimento nacional e estrangeiro pra desenvolvimento do mercado em um primeiro momento, priorizando os pesquisadores nacionais, a agricultura familiar, os interesses dos nossos estados.

Digo estados em defesa de um modelo horizontal. Porque estamos falando também da potencialidade econômica que podem salvar os estados dessa falência que gestões desastrosas deixaram.

Por isso, nós associações devemos nos unir para exigir que os pacientes com indicação para o uso de cannabis sejam respeitado e, mais do que isso, as associações tem que ter voz e autoridade para participar das negociações dessa regulação. Nós somos os detentores do know-how brasileiro e estamos fazendo aquilo que o Estado se isenta e não tem interesse que aconteça.

Enquanto eu escrevo esse texto, tem uma mãe correndo risco indo na boca de fumo comprar maconha pra tentar curar seu filho. E aí detentores do poder, o que vocês tem a dizer?