GreenCare aposta em modelo das farmacêuticas para o mercado de cannabis

Companhia fundada por brasileiros projeta novas frentes de mercado como cosméticos e alimentos e pretende se tornar a "Johnson & Johnson” da maconha

Publicada em 19/09/2019

capa
Compartilhe:

Fundada pelos sócios Marcelo Marco Antonio - da família fundadora do Hospital São Luiz -, Martim Prado Mattos - ex-CFO da Hypermarcas, hoje Hypera -, e Fábio Furtado - um dos fundadores da Grid, marca líder no setor automotivo, a GreenCare trilha seu caminho no mercado brasileiro de medicamentos à base de canabinóides com dose elevada de pragmatismo o modelo tradicional de atuação da indústria farmacêutica.

Passo a passo, vem se consolidando de forma discreta como o maior fenômeno do segmento com cerca de mil pacientes no portfólio e mais de mil e quinhentos médicos sendo expostos ao programa de educação médica continuada da companhia. “A GreenCare é a empresa que mais cresce entre os novos pacientes que recorrem à Anvisa. Neste momento, especificamente, temos Market Share estimado de perto de 30%”, afirma Martim Prado Mattos, CEO da companhia.

Mattos, que reúne mais de 10 anos de experiência na indústria farmacêutica e pilotou as finanças de uma das maiores companhias do país, está frente da estratégia da companhia que investe em educação médica baseada em evidências cientificas, cumpre à risca as limitações regulatórias e o código de ética do mercado farmacêutico e oferece suporte para pacientes e familiares nos tramites para importações individuais de seus produtos. “Somos a única companhia do setor a adotar este modelo de negócios mais estruturado”, afirma.

Embora mais de 80% dos pacientes da GreenCare estejam concentrados na região sudeste a empresa deve colocar em marcha um plano de expansão para regiões sul e Centro-Oeste. “Levaremos informação de qualidade para classe médica destas regiões. Notamos uma demanda reprimida importante nestas regiões que ainda não são atendidas adequadamente pela indústria”, afirma.

Atenta à movimentação na Anvisa acerca da regulamentação do setor, a companhia espera que novas medidas os registros de produtos no país. “Este é um ponto importante para ampliar o acesso das famílias a essa inovação no mercado da saúde”, explica Mattos.

Para a GreenCare, absorver etapas produtivas como cultivo ou desenvolvimento local de produtos não são medidas necessárias para a expansão do negócio. A empresa aposta na procura pelos fornecedores que garantam ao portfólio da companhia produtos com a máxima qualidade e preços compatíveis aos praticados no mercado internacional.

“Há uma mistificação nessa discussão sobre o cultivo. O Brasil tem um dos maiores mercados farmacêuticos do mundo mas não produz todos seus insumos. Os genéricos são um ótimo exemplo. O que determina a formação de preços de produtos mais baratos é a relação entre oferta e demanda, seja importada ou local. Existe hoje uma demanda robusta por produtos derivados de canabinóides. Este é um fenômeno global. À medida que esta indústria se desenvolve em diversos países e consegue atender a demanda, o preço irá cair não somente no Brasil, mas em todo mundo” conclui Marcelo Marco Antônio, diretor de relações institucionais da companhia. 

Não minimizando a importância das discussões sobre regulamentação da Cannabis Medicinal no Brasil, a GreenCare também considera fatores de médio e longo prazo em sua estratégia. Entre eles o volume impressionante de estudos científicos sobre a utilização de produtos à base de canabinóides. Existem mais de 26 mil estudos, sendo mais de 10 mil revisados pela National Academys of Sciences, Engineering & Medicine.

Só nos últimos 60 dias, o departamento médico da companhia detectou mais de 1800 estudos publicados. “Antes de incluirmos novas patologias à nossa estratégia comercial, produzimos estudos científicos robustos para identificação de estudos consistentes em volume de pacientes, que sejam randomizados e duplo cego, realizados por instituições de excelente reputação”, explica Fábio Furtado, diretor comercial da companhia.

A GreenCare trabalha atualmente quatro indicações terapêuticas: epilepsia, dor crônica, ansiedade e autismo. Até o final do ano poderá adicionar indicações para pacientes com Parkinson e/ou stress pós-traumático. Entre os médicos, as especialidades dominantes são psiquiatria, neurologia, neuropediatria, clínica geral, ortopedia, reumatologia e outras especialidades como medicina ortomolecular.

A relação da companhia com os médicos é um capítulo à parte na estratégia do negócio e vem contribuindo para uma mudança de paradigma no mercado. “Nosso foco na educação médica continuada e no desenvolvimento dos nossos representantes tem nos permitido criar um elo de confiança sem precedentes. Trabalhamos com uma parcela significativa de profissionais altamente reconhecidos pela comunidade médica, além de termos nos tornado a empresa de confiança para prescritores que nunca tinham indicado produtos à base de canabinóides. Na nossa relação de prescritores, por exemplo, mais de 80% nunca havia prescrito produtos do tipo.”, informa Furtado.

Em seu portfólio, a GreenCare tem seis produtos da linha Hempflex com basicamente duas formulações diferentes, sendo uma com CBD isolado e outra que mescla CBD com concentração de até 0,3% de THC, sendo um dos produtos de uso tópico.

Os dermocosméticos, assim como alimentos funcionais sem presença de CBD ou THC, são duas novas frentes de negócios em desenvolvimento pela companhia. “Estamos trabalhando de forma acelerada, e seremos os primeiros no país. Temos um modelo de negócios focado na participação de forma integral no mercado de saúde e bem-estar, com diversificação de produtos para atender diversas necessidades de consumo”, justifica Mattos.

Ao contrário das outras empresas do setor que dependem de investimentos de suas matrizes ou da captação de recursos no mercado, a GreenCare é a menina dos olhos do Greenfield Global Opportunities, um fundo canadense de VC criado por Martim Mattos, Marcelo Marco Antônio e Nelson Cury, fundador da Geneseas, empresa de piscicultura dona da marca Saint Peter.

O fundo, que atualmente tem capital de US$ 30 milhões, investiu atualmente em 13 empresas e atraiu mais de 80 investidores. O fundo aposta que se hoje existem restrições legais e morais para o mercado da Cannabis, à medida que se consolidam estudos científicos essa barreira irá deixando de existir e provocará uma apreciação dos ativos do setor.

A indústria da Cannabis movimenta US$ 170 bilhões em todo mundo, considerando os mercados legais e ilegais. Há uma transição em ritmo acelerado de recursos do mercado ilegal para o legal. Aproximadamente 40 países autorizam o uso de medicamentos à base de canabinóides, enquanto quase uma dezena permite o uso recreativo de derivados da planta.

“O Greenfield tem investido em frentes de negócios que incluem o cultivo e a produção de medicamentos, inovações tecnológicas para redução do custo de produção, empresas de prestação de serviços especializadas em atender o setor e até em softwares de gestão e análise de dados para seus participantes”, detalha Marcelo Marco Antônio, que também responde pela direção do fundo.

Sobre a GreenCare

Fundada em 2018, a GreenCare tem como missão oferecer produtos legais, seguros e eficazes nos segmentos de saúde e bem-estar elaborados a partir de canabinóides.

Com uma estratégia integralmente focada em pesquisa científica e inovação, a GreenCare tem o compromisso de ofertar produtos de alta qualidade oferecendo o melhor suporte no atendimento médicos, pacientes e consumidores de forma geral.

Acreditamos no potencial de negócios deste mercado e nos incontáveis benefícios que seus produtos derivados proporcionam para diversas famílias.