Governo americano relaxa as regras para Epidiolex

Remédio deixa de constar na lista de substâncias controladas e fica mais acessível

Publicada em 09/04/2020

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Valéria França

O governo americano facilitou a vida dos pacientes que usam remédios à base de Cannabis. Na última segunda-feira (6), o DEA (Drug Enforcement Administration) notificou a GW Pharmaceuticals, fabricante do Epidiolex, que o medicamento não está mais na lista de substâncias controladas. A medida aumenta o acesso ao remédio, porque os prescritores não precisam mais estar no programa de monitoramento do DEA.

Epidiolex é o único produto de Cannabis aprovado pelo FDA (Food and Drug Administration). Formulado com CBD (canabidiol) puro, tem como indicação o uso terapêutico para epilepsia refratária infantil e síndrome de Dravet. O CBD não dá o “barato” e tem propriedades anticonvulsivas.

As implicações

Além de facilitar o acesso, o remédio passa a estar em mais pontos de vendas. Ao deixar de ser uma substância controlada caem as exigências de segurança e portanto o seguro. A medida está valendo desde a última segunda (6), porém como os estados americanos são independentes, há de se esperar pela regulação local.

Opinião

Para a médica Paula Dell'Stella, uma das pioneiras na prescrição da Cannabis medicinal no Brasil, a medida é um marco. "Acho que o acesso facilita a vida das pessoas e o CBD tem o potencial de virar de verdade a nova aspirina."

Mas para algumas doenças a presença do médico no auxílio das dosagens é imprescindível, segunda Stella. "Muitos pacientes – na verdade a grande maioria– não sabem como fazer. O CBD também pode interagir com medicamentos que interferem no sistema nervoso central. Então, os horários e dosagens precisam ser orientados. Minha maior preocupação seria a educação médica. Pois no momento em que todos podem prescrever, o ideal é que os profissionais saibam o que estão fazendo."