Fundo brasileiro de investimento em cannabis arrecada R$ 3 milhões no primeiro dia

George Wachsmann, chefe de gestão da Vitreo, fintech que gerencia o fundo, conversou com o portal Sechat

Publicada em 31/10/2019

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Marcus Bruno

Anunciado na última terça-feira (29), o primeiro fundo brasileiro de investimentos em empresas de cannabis arrecadou R$ 3 milhões logo no primeiro dia, somando mais de 220 cotistas. A meta, segundo George Wachsmann, chefe de gestão da Vitreo fintech que lançou e que gerencia o Fundo Canabidiol, é chegar a R$ 100 milhões.

Em entrevista ao portal Sechat, Wachsmann afirmou que  não há um prazo estabelecido para chegar a essa cifra. Mas que quando o valor for alcançado, a Vitreo fará uma "parada técnica". Segundo o empresário, a recepção do mercado ao investimento no setor de cannabis foi “melhor do que imaginávamos”. 

Segundo a Vitreo, este fundo representa a forma mais simples de investir, de uma só vez, em várias empresas do setor de maconha em ações negociadas nas bolsas dos EUA e do Canadá. A partir de R$ 5 mil, e sem precisar abrir conta na América do Norte, o investidor terá acesso a uma carteira de ações das empresas que exploram a cannabis legal.

No entanto, por questões regulatórias, este fundo é destinado exclusivamente a investidores qualificados – que têm um valor superior a R$1 milhão em aplicações financeiras - ou que possuem certificações aprovadas pela CVM como CEA, CGA, CFP.

Wachsmann também acompanha a evolução do mercado e regulação no Brasil. No entanto, ele entende que ainda está muito cedo para para planejar um fundo nacional: "não temos um fundo local nos planos".

Como está sendo a recepção no mercado após o anúncio do fundo em cannabis, e qual foi a captação neste primeiro dia?
A receptividade está muito boa, até acima do que imaginávamos. Ontem, primeiro dia do fundo na prateleira da Vitreo, captamos R$ 3 milhões.

Em quanto tempo esperam atingir a meta de R$ 100 milhões e como chegar a essa cifra?
Não temos meta pré-estabelecida para o produto. Mas pretendemos fazer uma parada técnica quando chegarmos a R$ 100 milhões.

Por que uma restrição tão alta, limitada a investidores com mais de R$ 1 milhão em aplicações?
Essa é uma restrição regulatória da CVM (Comissão de Valores Mobiliários), não da Vitreo. Como o fundo investe 100% de sua carteira no exterior, o regulador estabelece que apenas investidores qualificados podem investir. Na definição dessa norma, são considerados investidores qualificados apenas aqueles que têm pelo menos R$ 1 milhão em aplicações financeiras, ou que tenham alguma das certificações aceitas pela regulação. É algo, inclusive, que pode mudar com o tempo, à medida que o mercado de investimentos brasileiro amadureça.

As aplicações financeiras em cannabis têm se mostrado bastante voláteis no Canadá. Como convencer o investidor a apostar nesse mercado?
Acreditamos que há excelente espaço para valorização para investidores que não tenham horizonte curto de investimento. Essas é uma indústria que tem elevado potencial de crescimento, o que normalmente se traduz em boas oportunidades de investimento. É um investimento de risco e sua participação na composição do patrimônio precisa estar de acordo com o perfil de risco de cada investidor.

A regulamentação da cannabis no Brasil está cada vez mais próxima. Com isso, como vocês avaliam a possibilidade e a viabilidade de um fundo para empresas brasileiras?
Vemos com bons olhos e acreditamos que também aqui no Brasil veremos uma evolução positiva com relação a essa indústria, principalmente no tocante ao uso medicinal. Mas entendemos que está muito cedo para isso e, portanto, não temos um fundo local nos planos.

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