Existência de estudos científicos e prescrição são as principais dúvidas dos agentes de saúde sobre Cannabis

Grandes hospitais da capital paulista promoveram cursos sobre cannabis medicinal para alunos de medicina e profissionais da saúde

Publicada em 23/01/2020

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Durante dois cursos ministrados em grandes hospitais dacapital paulista, os profissionais da saúde que participaram relevaram que suasprincipais dúvidas em relação aos medicamentos derivamos da Cannabis são sobrea existência de evidências científicas e como prescrever as substâncias.

Em novembro de 2019, o Hospital Alemão Oswaldo Cruz promoveuo curso “Cannabis Medicinal”, com o objetivo de introduzir o tema na vida dosprofissionais da saúde. De acordo com um dos organizadores, o urologista CésarCâmara, cerca de 80 pessoas se inscreveram para começar a entender o universodos canabinoides.

“As dúvidas ainda são muito básicas. Os profissionais querem saber a diferença entre a cannabis medicinal e a de ‘rua’. Querem saber como funciona, se tem literatura médica e, principalmente, como prescrever”, conta o urologista. “Mas daqui há dez anos, essas dúvidas serão águas passadas.”

Outra iniciativa

Outro hospital que recebeu um curso semelhante foi o Hospitaldas Clínicas, em setembro de 2019. Promovido pelos professores do Centro deAcupuntura do IOT (Instituto de Traumatologia), da faculdade de medicina da USP(Universidade de São Paulo), o evento contou com 90 alunos, que levantaram questõessobre a Cannabis medicinal para tratar dores crônicas e outras patologias.

Segundo o coordenador do curso, Andre Tsai, ex-presidente docomitê de Dor, da Sbot (Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia), asprincipais dúvidas foram sobre as evidências científicas em várias áreasterapêuticas e como os pacientes podem ter acesso a estes medicamentos.

“A importância deste tipo de evento reside em aumentar oconhecimento sobre esta nova classe terapêutica e despertar a atenção dosalunos para que busquem mais informação científica. No final das aulas, váriosalunos nos procuraram com ideias para desenvolver estudos clínicos no Brasil ejá estamos desenvolvendo as propostas juntamente com eles”, afirma Tsai.

Além de Tsai, estão a frente da iniciativa de introduzir otema da Cannabis para os alunos da USP, Wu Hsing, professor do Centro deAcupuntura do IOT-FMUSP e Wellington Briques, diretor global de MedicalAffairs, Canopy Growth.

De acordo com coordenador, em breve, um novo curso na USPserá desenvolvido para continuar a ampliar o conhecimento desta nova classeterapêutica.