Reclassificação da cannabis pelo departamento de saúde dos EUA impulsiona o mercado 

Da lista I à lista III, que avalia como baixo potencial de dependência, a cannabis nos EUA vem passando por mudanças significativas

Publicada em 01/09/2023

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Por redação Sechat

A recente recomendação do Departamento de Saúde e Serviços Humanos dos Estados Unidos (HHS) à Drug Enforcement Agency (DEA) para reclassificar a cannabis da Lista I para a Lista III, isto é, drogas com potencial moderado ou baixo de dependência física e psicológica, trouxe um tremendo impacto tanto na indústria quanto na discussão em torno da legalização da cannabis.  

Embora esta reclassificação seja um marco significativo, a cannabis continuaria a ser proibida pelo governo federal, o que adiciona complexidade ao panorama em evolução. 

Uma decisão histórica com ramificações 

A reclassificação proposta representa uma decisão histórica que impulsionou as ações das empresas de cannabis e atraiu a atenção de investidores e entusiastas do mercado.  

A recomendação foi enviada à DEA pela secretária adjunta de Saúde do HHS, Rachel Levine, e logo recebeu aplausos por responder à diretriz do presidente Biden de revisar a classificação federal da cannabis. Embora notável, a medida não encerra a proibição, mas em vez disso, abre caminho para uma maior exploração científica. 

Impacto no mercado e ações 

A notícia teve efeitos imediatos no mercado interno norte-americano. Ações relacionadas à cannabis experimentaram uma ascensão notável, com o ETF AdvisorShares Pure US Cannabis liderando o caminho ao aumentar 21%. Outros fundos, como o ETF FMG Alternative Harvest e o ETF Global X Cannabis, também testemunharam ganhos significativos de 10,79% e 7,44%, respectivamente. As empresas de cannabis de capital aberto, como a Canopy, Tilray e Aurora Cannabis, registraram aumentos expressivos de valor, com os investidores reconhecendo o potencial de uma mudança no cenário regulatório. 

Um passo na direção certa, mas não suficiente 

Enquanto a reclassificação da cannabis é amplamente vista como um passo na direção certa, muitos observadores consideram que não vai longe o suficiente. Líderes do Congresso e grupos de defesa da cannabis destacaram que a medida é um avanço positivo, mas apenas o começo de um processo mais amplo de reforma. 

A mudança para a Lista III, embora menos restritiva, ainda mantém a cannabis como substância controlada, deixando algumas vozes clamando por uma legalização completa. 

O futuro da cannabis nos EUA 

A reclassificação da cannabis pela DEA com base na recomendação do HHS agora entra em um novo estágio. A DEA conduzirá sua própria revisão científica, seguindo critérios diferentes dos do HHS. A decisão final sobre o reagendamento da cannabis permanece nas mãos da DEA, que historicamente tem se oposto a mudanças significativas na classificação federal da substância. Portanto, enquanto este passo é considerado progressivo, a jornada rumo a uma potencial legalização total da cannabis nos Estados Unidos ainda está em andamento.