Empresa de cannabis medicinal desenvolve projeto em parceria com comunidades indígenas do Médio Xingu

Além da criação de novos produtos, 10% do lucro será doado para ONGS, instituições ou projetos de reflorestamento e preservação da Amazônia

Publicada em 31/05/2023

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Por redação Sechat com informações de Pangaia CBD

Um projeto pioneiro desenvolvido pela Pangaia CBD, organização norte-americana/brasileira especializada no desenvolvimento de medicamentos à base de cannabis, em parceria com a Comunidade Apirinã (que engloba duas famílias de etnias diferentes: os Xipaya e os Juruna), promete melhorar a vida da população do Médio Xingu, no Estado do Pará.

Comprometida com a sustentabilidade e responsabilidade social em todas as esferas, a empresa traz ao mercado dois novos medicamentos à base de cannabis, que misturam a maconha com arnica, andiroba e copaíba, plantas medicinais usadas pelos povos originários e pela medicina popular há centenas de anos. 

“Com essa iniciativa, nosso intuito é preservar a cultura, a saúde e a Amazônia,  garantindo sustentabilidade econômica ao gerar renda e fortalecendo atividades com base no conhecimento milenar já existente”, afirma Gonen Keren, CEO da Pangaia.

Keren destaca também que além da criação dos medicamentos, 10% de todo lucro conseguido com a venda dos produtos, será doado para ONGS, instituições ou projetos de reflorestamento e preservação da floresta amazônica

Tanto os Xipaya quanto os Juruna são vítimas do processo de deslocamento compulsório na região do Médio Xingu. Desde 1975, esses e outros povos sofreram e ainda sofrem com os danos irreparáveis causados pela construção da Hidrelétrica de Belo Monte.

Atualmente eles enfrentam muitas dificuldades, como a luta por autonomia financeira e por retomada de terras, o êxodo dos mais jovens para cidades em busca de fonte de renda, a preservação de florestas e igarapés e a falta de suporte para necessidades básicas, como saúde e educação. 

A empresa acredita que a parceria abre caminho para mudanças reais e necessárias na sociedade, principalmente atraindo consumidores engajados com causas ambientais e preocupados com o desenvolvimento econômico da região da Amazônia brasileira. 

Comunidade Apirinã (Imagem: reprodução)

“Estabelecemos relações importantes com as lideranças da comunidade para entender as necessidades e potência desses povos. Assim, conseguimos mapear soluções sociais, econômicas e sustentáveis para promover transformações na vida de todos”, afirma Manu Melo Franco, Diretora Socioambiental da Pangaia.

Mauro Juruna, liderança da Comunidade Apirinã, lembra que o reflorestamento e a preservação da floresta nativa, assim como seus rios e sua fauna, também estão na lista de prioridades da parceria. 

“A Amazônia compreende o maior e mais diverso bioma do planeta, com uma infinita biodiversidade de fauna e flora que são endêmicos na região. Não é à toa que é considerada o pulmão do mundo. Infelizmente, nos últimos anos, o desmatamento tem sido uma ameaça crescente à floresta e a nós, povos originários”, afirma. 

Segundo dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), entre agosto de 2010 e julho de 2020, a área desmatada na Amazônia brasileira aumentou em mais de 60%. Entre janeiro e dezembro de 2022, foram desmatadas uma área equivalente a 3 mil campos de futebol por dia, segundo dados do Instituto Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon).

“Firmar parcerias como essa é muito importante para nós indígenas, estamos muito felizes e esperançosos com a construção conjunta de novos planos para nosso povo e para a floresta inteira. Queremos que essa responsabilidade ambiental seja compartilhada e que possamos unir forças para lutar contra tudo que tem sido feito para dizimar a Amazônia e seus povos, finaliza Mauro.