Veterinária

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As mais recentes pesquisas médicas indicam que a cannabis pode ajudar a medicina veterinária. Ou seja, cães e gatos podem tratar diversas doenças, como artrite, epilepsia, ansiedade e outras. Isso sem os efeitos colaterais de remédios tradicionais. Entretanto, muitos veterinários possuem receio de receitar medicamentos à base da planta e com isso, acabarem infringindo a lei. 

Segundo dados publicados na revista científica PLoS Biology, existem cerca de 9 milhões de espécies animais no mundo. Entre eles, os mais conhecidos são os pets. Ou seja, aqueles que os seres humanos, criam como bichos de estimação, tais como canídeos, felinos, aves, répteis, entre outros. Os animais apresentam patologias típicas, como câncer, gripe, parvovirose, raiva, doenças de pele e precisam de tratamento específicos. Para isso, a atuação de um médico veterinário nesses momentos é imprescindível. Pois ele é capaz de identificar problemas e promover a saúde dos animais. Sabedores da relação patológica e da existência do Sistema Endocanabinoide em todos os vertebrados, pesquisadores e especialistas investigam diariamente as propriedades medicinais da cannabis como alternativa de tratamento também para os animais.

 

Nos Estados Unidos

O uso veterinário da cannabis em animais de estimação é aprovado no estado da Califórnia, nos Estados Unidos. Em Nova York, há interesse por parte dos congressistas em estudar e votar mudanças na legislação sobre o tema. 

De acordo com a imprensa norte-americana, tutores ansiosos para aliviar o sofrimento de seus animais de estimação estão cada vez mais recorrendo a óleos e loções que contêm CBD. Aqui no Brasil, a gata Denise foi o primeiro animal a fazer, oficialmente, um tratamento veterinário com derivado de cannabis.

 

Estudos sobre os benefícios da cannabis na veterinária

As pesquisas que exploram as aplicações terapêuticas da cannabis na medicina veterinária costumam ser mais avançadas do que os estudos em pessoas. Afinal 90% das aplicações de novos medicamentos são testadas em animais antes dos testes em seres humanos. Atualmente, devido aos estudos que vêm surgindo, veterinários cada vez mais recomendam cannabis para animais e oferecem suporte à terapia canabinoide, principalmente com o uso do CBD, que age como ótimo agente anti-inflamatório nos bichos também.

Pesquisadores do College of Veterinary Medicine da Cornell University, por meio de análise, provaram que o canabidiol alivia a dor, ajuda a atividade de cães e, quando combinado com outros medicamentos, reduz significativamente inflamações nos bichos. As dosagens e as concentrações dessas substâncias devem ser controladas e receitadas por profissionais capacitados da mesma forma que ocorre com a prescrição do produto para seres humanos.

 

Necessita mais pesquisa 

O uso da cannabis no tratamento de patologias animais ainda é bem recente. Segundo relata o artigo publicado em 2019 no Journal of the American Veterinary Medical Association, o CBD apresenta bons resultados em cães com epilepsia. No entanto, segundo os pesquisadores, os efeitos da administração desse componente ainda não são muito claros.

Já o relatório “Efeitos adversos associados à administração de Canabidiol em cães saudáveis”, divulgado em 2018 por cientistas do Departamento de Ciências Clínicas da Universidade do Colorado, mostrou, por meio de ensaio clínico, realizado em 30 cães da raça Beagle, no qual todos eles foram submetidos ao tratamento canabinoide, que o CBD parece ser bem tolerado por eles e, apesar de desconfortos intestinais, os cientistas não encontraram motivos suficientes para desqualificar o estudo.

 

Sobre a prescrição no Brasil de cannabis para profissionais da veterinária

Veterinários brasileiros, respaldados pelo Conselho Federal de Medicina Veterinária (regido pelo Ministério da Agricultura), já fazem o uso do CBD para alguns pacientes. Eles garantem que não houve, até o momento, qualquer efeito colateral mais grave, inclusive, o tratamento vem sendo bastante eficaz.

Erik Amazonas, médico veterinário, mestre em Ciência Animal e Pastagens, além de doutor em Genética, é o responsável por criar a primeira disciplina de Endocanabinologia pelo Departamento de Biociências e Saúde Única (BSU) da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), na qual também é professor. “Sempre reforço a importância desse projeto de extensão denominado de Saúde Canábica, pois é através dele que incentivamos os discentes a cada vez mais cobrar seus políticos,  coordenadores de curso, professores e todos aqueles que representem as universidades, para que acrescentem o tema à grade curricular de suas instituições,” afirma Amazonas ao destacar a importância do curso.

Apesar disso, muitos médicos veterinários ainda são céticos quando o assunto é cannabis. Esse preconceito pode ser reflexo da falta de informação. Por isso, é importante estar atento às novidades e às alternativas que o mercado da cannabis tem a proporcionar. Para isso, deve-se acompanhar portais de notícias especializados, como o Sechat, que traz as novidades desse ecossistema com respaldo científico.

 

Referências:

https://www.ncbi.nlm.nih.gov/books/NBK230721/

https://onlinelibrary.wiley.com/doi/10.1111/vco.12669

https://www.unicesumar.edu.br/anais-epcc-2021/wp-content/uploads/sites/236/2021/11/760.pdf

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