HIV é a sigla em inglês do Vírus da Imunodeficiência Humana, que ataca o sistema imunológico e enfraquece as defesas do corpo contra
muitas infecções. Segundo estudos, à medida que o vírus destrói e danifica a função das células, o sistema imunológico da pessoa infectada torna-se gradualmente defeituoso. A função imunológica é geralmente medida pela contagem de células CD4. Já a Síndrome da Imunodeficiência Adquirida (Aids) refere-se ao estágio mais avançado da infecção pelo HIV. Dependendo das circunstâncias pessoais do indivíduo, a doença pode se desenvolver após muitos anos de infecção se não for tratada.
Os sintomas são os mais diversos e variam de acordo com o estágio da infecção. Nas primeiras semanas, a pessoa pode ficar assintomática. Ou ainda apresentar sintomas de doenças semelhantes aos da gripe, como febre, dor de cabeça, erupção na pele ou dor de garganta. Conforme a evolução, a doença pode trazer complicações mais severas como tuberculose, meningite criptocócica, infecções bacterianas graves e câncer (como linfoma e sarcoma de Kaposi).
Lembrando que ter o HIV não é a mesma coisa que ter aids. Há muitos soropositivos que vivem anos sem apresentar sintomas e sem desenvolver a doença. Mas podem transmitir o vírus a outras pessoas pelas relações sexuais desprotegidas, pelo compartilhamento de seringas contaminadas ou de mãe para filho durante a gravidez e a amamentação, quando não tomam as devidas medidas de prevenção. Por isso, é sempre importante fazer o teste e se proteger em todas as situações.
Por isso, o tratamento precoce é importante, pois evita que a infecção ganhe força e traga problemas mais sérios para o paciente.
O HIV é um retrovírus, classificado na subfamília dos Lentiviridae. Esses vírus compartilham algumas propriedades comuns: período de incubação prolongado antes do surgimento dos sintomas da doença, infecção das células do sangue e do sistema nervoso e supressão do sistema imune.
A cannabis no tratamento paliativo do HIV
A cannabis e seus canabinoides, além do efeito relaxante e ansiolítico, promovem bem estar para pacientes portadores de HIV sem controle adequado. Nesses pacientes, além de melhorar sono e apetite contribuindo para redução da perda de peso, os canabinoides proporcionam melhora do quadro de polineuropatia sensorial distal manifestada como dor neuropática induzida pela medicação antirretroviral e apresentam influência direta na melhora da imunossupressão.
No entanto, o vírus nem sempre se comporta da mesma maneira nas pessoas, o que demanda soluções mais específicas em alguns casos. Estudos comprovam que componentes da cannabis, como THC e CBD, podem tratar alguns sintomas decorrentes da doença como ansiedade, falta de apetite, dores, neuropatia, entre outras. O número de evidências sobre os efeitos dos canabinoides contra os sintomas do HIV vem crescendo exponencialmente. Estudo produzido pelo British Columbia Center for Excellence in HIV/AIDS, de Vancouver, no Canadá, publicado em março de 2015, revelou que entre 88 pacientes de HIV positivos que participaram da pesquisa, o uso medicinal da cannabis foi capaz de reduzir em 12% a carga infecciosa do vírus.
Necessita mais pesquisa
Estudos mais recentes sobre o uso da cannabis, aliado ao tratamento do HIV, ainda estão em fase de testes. Mas uma pesquisa tida como uma das mais robustas até agora foi feita pelo Departamento de Anestesia Magill, no Imperial College London, em parceria com Chelsea and Westminster Hospital de Londres e publicada no Journal of Pain and Symptom Management. No estudo, a cannabis foi relatada enfaticamente como benéfica para uma série de sintomas e complicações comuns a infecções por HIV. Após a aprovação do Comitê de Ética, indivíduos HIV-positivos atendidos em uma grande clínica foram recrutados para um estudo de questionário transversal anônimo, em que até um terço (27%, ou seja, 143/523) relatou o uso de cannabis para o tratamento dos sintomas.
Sendo assim, os resultados indicaram que houve melhora do apetite em 97% dos casos, dor muscular 94%, náusea 93%, ansiedade 93%, dor nos nervos 90%, depressão 86% e parestesia (sensação de formigamento nas extremidades) em 85%. Um pouco menos da metade dos usuários de cannabis (47%) relatou deterioração da memória associada. O controle dos sintomas com o uso de cannabis é comum em pacientes ambulatoriais com HIV. Muitos desses pacientes afirmaram que a planta melhorou o controle dos sintomas. Entretanto ensaios clínicos ainda são necessários para comprovação dos benefícios desses componentes contra o vírus.