Glaucoma

Publicado em 21/01/2024
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O glaucoma é uma neuropatia óptica crônica, caracterizada pela perda de visão gradual. A alta pressão intraocular causa má circulação sanguínea para o nervo óptico, o que leva à atrofia do mesmo. Existem algumas causas para o aparecimento da doença, como idade avançada, herança genética, espessura da córnea e a diabetes, pois reduzem o suprimento de sangue para o nervo óptico e levam à necrose. 

Os canabinoides têm sido estudados como possíveis drogas antiglaucoma desde o início dos anos 1970. Pertencentes a um grande grupo de compostos que exercem efeitos ao interagir com os receptores CB1 e CB2, amplamente presentes na retina humana, os derivados da cannabis, como o THC e CBD, segundo pesquisas, podem afetar funções oculares importantes, como fototransdução, manutenção de redes de células amácrinas e regulação da doença.  

Estudos posteriores revelaram que os pacientes com intolerância aos efeitos do THC poderiam usar o CBD para melhorar os níveis de pressão e estabilizar a patologia também. No entanto, ainda existem controvérsias, pois não há consenso entre os profissionais de saúde. Alguns pesquisadores afirmam que o CBD pode piorar os sintomas da doença, portanto são necessários mais estudos para comprovar tais teorias. 

Pesquisa publicada no Brazilian Journal of Health Review de 2020 e denominado “Uso terapêutico da maconha em pacientes com Glaucoma: uma revisão”, selecionou entre 79 publicações potencialmente importantes, 56 artigos pertinentes ao escopo da revisão. A maioria dos estudos realizados mostrou que os canabinoides em geral, naturais ou sintéticos, por terem efeito de curta duração e, consequentemente, a necessidade de repetição das doses, leva ao consumo de grande quantidade diária, apresentando efeitos colaterais e adversos. Entretanto, até a presente data, prevalecem as observações feitas pela Sociedade Americana de Glaucoma e Sociedade Canadense de Oftalmologia de não apoiarem o uso da cannabis para tratamento da doença, pois alegam que os efeitos de curta duração da ação, a incidência de indesejáveis efeitos psicotrópicos e a ausência de evidências científicas são fatos que não devem ser ignorados por eles. 

 

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