Diretor de instituto uruguaio defende revisão da regulamentação da maconha no país

Após dez anos da aprovação, os “medos” que então existiam já não existem e “algumas questões poderiam começar a ser flexibilizadas”, afirma Juan Ignacio Tastás

Publicada em 06/01/2023

capa
Compartilhe:

Por redação Sechat com informações La Diaria UY

Em 2023, o Uruguai completa dez anos desde a aprovação da Lei 19.172, que na época colocou o país no centro do debate internacional sobre políticas de drogas. Em entrevista ao La Diaria, o diretor executivo do Instituto de Regulação e Controle de Cannabis (Ircca), Juan Ignacio Tastás, afirmou que acredita que é uma boa oportunidade para o sistema político se propor a rediscutir a lei, tirar alguns receios e flexibilizar o acesso.

Segundo o jornal, esse debate importante também aconteceria em um ano pré-eleitoral, cenário recheado de questionamentos sobre o tema, ação da polícia, farmácia como fornecedores dos produtos, autocultivadores e turistas como consumidores.

Para Juan, existe uma falha no sistema uruguaio. Inicialmente, duas variedades disponíveis de maconha: Alfa e Beta, com teor relativamente baixo de THC [tetrahidrocanabinol, composto psicoativo da cannabis] em comparação com o que se pode obter em outras variedades, e os usuários comentaram que esse consumo não estava sendo fornecido e solicitaram uma nível mais alto de THC. 

De acordo com o diretor do Ircca, que concede a genética para as variedades que se utilizam –Alfa, Beta e Gama–, a ideia é continuar gerando novas variedades. Ele disse que existe uma variedade que o instituto pretende lançar no final de 2024.

Essa nova variedade, com certeza, tem um nível médio de THC de 15%, ou seja, seria um pouco mais alto e na em linha com o que pode ser obtido em geral nos clubes.

Sobre a possibilidade de criar um dispensário para fornecer essas variedades para as farmácias, Juan disse que primeiro é necessário adequar a base legal da Lei 19.172. A expectativa dele é de que este ano é de que esses debates aconteçam ainda este ano para que o setor político possa determinar as mudanças.

Veja a entrevista completa de Juan Ignacio Tastás ao uruguaio La Diaria.