A deputada federal por São Paulo Carla Zambelli falou com exclusividade para o Sechat sobre a tramitação do projeto que legaliza a maconha medicinal na Câmara dos Deputados. A parlamentar do PSL, partido do presidente Bolsonaro, convidou para ser colega de relatoria uma das principais lideranças do campo político oposto; Marcelo Freixo do Psol, esquerda do espectro brasileiro.

Sechat:

Deputada como você encara esse desafio da regulação do canabidiol na Câmara?

Carla Zambelli:

Em relação ao desafio, vai ser principalmente ouvir as famílias porque eu já conheço as associações, conheço as famílias, os problemas, as doenças...E o ponto é: Existem vários tipos de óleos. Existem concentrações diferentes para cada tipo de doença. Existem doenças raras, dores, depressão, câncer...Vai ser um desafio a gente tentar colocar em uma lei algo que seja bom para todos. E tem um desafio aí em relação ao THC, porque existe muita descriminação em relação a isso porque ele traz o alucinógeno junto.

Sechat:

Como restringir a pauta? Só medicinal?

Carla Zambelli:

Na verdade, a gente só quer o medicinal. E não é somente uso da maconha medicinal, né? Porque a gente sabe que quando se libera o uso da maconha medicinal ele se torna recreativo também. E não é o caso. Não é fumar a maconha...O projeto não visa isso. A gente visa extrair da maconha os benefícios medicinais.

Sechat:

Como acha que será o Psol no barco, e a questão do uso recreativo?

Carla Zambelli:

O Psol vai ajudar a buscar um ponto em comum. Eu já disse que a pauta não vai ter nenhuma abordagem recreativa. Eu já combinei isso com o Freixo então acredito que vai acelerar bastante esse procedimento de evitar uma discussão sobre uso recreativo.

Sechat:

E como vê a questão econômica com a indústria canábica gerando bilhões de dólares na América do Norte?

Carla Zambelli:

Olha, não estou aqui para pensar nem falar nisso. O que me preocupa mesmo é que as famílias gastam uma fortuna para importar um medicamento que pode ser feito aqui. Não estou preocupada com indústria dos EUA não. Estou preocupada com os brasileiros.