<strong>Dia Mundial do Transtorno Bipolar reforça busca por ajuda especializada</strong>

As pesquisas que comprovam o êxito do uso do canabidiol no transtorno são ainda inclusivas, mas a planta pode trazer qualidade de vida aos pacientes

Publicada em 30/03/2023

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Por Redação Sechat 

Para promover maior conscientização no que se refere à relevância da avaliação diagnóstica precoce, o Dia Mundial do Transtorno Bipolar foi instituído em 30 de março. A data é a mesma do aniversário do pintor holandês Vincent Van Gogh diagnosticado, postumamente, como provável portador desse distúrbio. De acordo com dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), o transtorno afetivo bipolar atinge atualmente cerca de 140 milhões de pessoas em todo o mundo. Essa condição causa mudanças extremas de humor, que podem variar de períodos de euforia e hiperatividade a outros de depressão profunda. 

Uma pesquisa feita pelo Instituto Nacional de Saúde Mental dos Estados Unidos verificou que pessoas diagnosticadas com transtorno bipolar têm expectativa de vida reduzida em até nove anos, comparadas com a população em geral. Segundo revelou também o estudo, a taxa de suicídio entre indivíduos com transtorno bipolar é cerca de 20 vezes maior quando comparada à  população em geral.

De acordo com  o Ministério da Saúde, o diagnóstico de transtorno bipolar costuma ser difícil e pode demorar, em média, dez anos para ser estabelecido devido a “tratamentos equivocados, ausência de comunicação entre os profissionais, desconhecimento sobre como a doença se manifesta, tanto por ser pouco conhecida, quanto pela confusão dos seus sintomas com os de outros tipos de depressão, além de preconceito e autoestigmatização”.  

O ministério indica que o histórico do indivíduo pode contribuir para o diagnóstico conclusivo, já que alterações de humor anteriores, episódios atuais ou passados de depressão, histórico familiar de perturbação do humor ou suicídio e ausência de resposta ao tratamento com antidepressivos sinalizam transtorno bipolar. Comportamentos repetitivos e exagerados acendem o alerta para o transtorno bipolar.

Sem cura 

O Ministério da Saúde destaca que transtorno bipolar não tem cura, mas pode ser controlado. A adesão ao tratamento pode trazer importantes resultados, entre os quais redução das chances de recorrência de crises; controle da evolução do transtorno; diminuição das chances de suicídio; redução da intensidade de eventuais episódios; e promoção de uma vida mais saudável.

O tratamento com cannabis 

Mariana Maciel (Foto: Agência Flecha Criativa)

Ainda não existem pesquisas conclusivas sobre o tratamento de cannabis ao transtorno bipolar. Mas, ao portal Sechat, Mariana Maciel, médica clínica geral e palestrante confirmada do Congresso Brasileiro da Cannabis Medicinal, que será realizado nos dias 4 e 5 de maio, no Expo Center Norte, em São Paulo, disse que a cannabis tem efeitos neuromoduladores que atuam diretamente em muitos dos sintomas neurológicos, emocionais e psiquiátricos de quem sofre transtorno bipolar. “O tratamento comumente indicado para esses pacientes é o CBD [canabidiol], que possui propriedades protetoras contra a toxicidade do glutamato, auxiliando na estabilização do humor. Sabemos, por exemplo, que pacientes com esses quadros possuem níveis aumentados de glutamato em regiões do córtex pré-frontal. O canabidiol também tem propriedades anti psicóticas que podem ser benéficas para alguns pacientes”, reforça a médica.

Com informações da Agência Brasil

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