Falta de legislação federal impede mercado de cannabis de crescer nos EUA

Instituições financeiras estadunidenses são impedidas de fazer negócios com produtores de maconha e outras empresas do setor

Publicada em 12/09/2019

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Com um mundo mais mente aberta e focado em resultados, os Estados Unidos estão sentindo a pressão norte-americana para entrar no ascendente mercado da cannabis. Tanto que os produtores no Canadá, local onde a maconha é legal para uso medicinal e recreativo, além de avançar na questão de estudos e cursos, já estão planejando um futuro em que a planta seja uma mercadoria comercializada globalmente, e com isso, alguns estão se preparando para lucrar se for legalizada nos EUA.

No México, a maconha já é legal para fins medicinais, e o cenário ainda pode mudar, pois o novo presidente do país, cujo partido controla a maioria na legislatura nacional, enviou uma proposta ao Senado mexicano no final do ano passado para legalizar o uso recreativo.

Enquanto isso, em Washington, o apoio à liberalização das leis sobre a maconha está crescendo no Congresso, porque muitos dos candidatos democratas de 2020 à Casa Branca apoiam o esforço, e o presidente Donald Trump se diz disposto a assinar uma medida para dar aos Estados o poder de decidir por si só se deve legalizar as ervas. Além disso, Kamala Harris, pré-candidata à Casa Branca, lança projeto apara descriminalizar maconha.

Vale ressaltar que apesar do imediatismo, os projetos de lei para legalizar a maconha ou, pelo menos, descriminalizá-la, não devem ser aprovados antes das eleições presidenciais de 2020. Em meio às mudanças das marés ao norte e ao sul dos EUA, a atual realidade política ameaça atrapalhar o crescimento do mercado e ainda dificultar o potencial de empresas e estados para lucrar com um comércio global no valor de centenas de bilhões de dólares.

"De uma maneira egoísta, estamos muito felizes por ela não ter passado - não há regra federal nos EUA no momento - porque as empresas canadenses estão se estabelecendo em todo o mundo", disse Khurram Malik, CEO da produtora canadense de cannabis Biome.

No entanto, a legalização no nível federal nos Estados Unidos poderia abrir portas comerciais lucrativas para o Canadá e também para o mercado norte-americano. Pois o cenário americano de cannabis foi de US $ 10,4 bilhões no ano passado e possivelmente, deve crescer, visto que o potencial total do mercado global de maconha é de US $ 344 bilhões, de acordo com o Giadha Aguirre de Carcer, CEO da New Frontier Data, que é uma empresa de análise que se concentra no setor de cannabis.

A cannabis, por mais de ser legal de alguma forma em 33 estados dos EUA, não pode cultivada legalmente e nem cruzar as fronteiras estaduais, isso enquanto a lei federal continuar a considerá-la uma droga proibida com alto potencial de abuso e sem características medicinais. Ou seja, as instituições financeiras são impedidas de fazer negócios com produtores de maconha e outras empresas do setor.

Um espaço  legalizado nos EUA permitiria que os estados negociassem além das fronteiras e daria às operações com amplo suprimento e qualidade de produto a chance de aumentar os lucros vendendo para estados com programas legais, mas com produção local limitada.