Comestíveis de Cannabis podem ajudar nas ações de maconha em 2020

Os produtos 2.0 de Cannabis, como comestíveis e bebidas, começaram a ser vendidos no Canadá e indústria espera atrair um segmento diferente de consumidores

Publicada em 09/01/2020

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Em 2019, os investidores do setor da Cannabis passaram por duras provações. Se ainda estiverem no jogo, uma pergunta que precisam responder é: 2020 será melhor ou pior?

Os mais otimistas, principalmente no mercado canadense, apontam para os produtos derivados da maconha que devem chegar às prateleiras. Os tão falados produtos 2.0 da cannabis, que incluem artigos comestíveis e bebidas com infusão da planta, começaram a ser vendidos aos consumidores na maior província canadense na segunda-feira. E o lançamento em outras localidades acontecerá em breve.

No total, cinquenta e nove produtos novos foram colocados à venda pela Ontario Cannabis Store, distribuidora oficial de maconha na província. A expectativa é que esses produtos estejam disponíveis para compra online a partir de 16 de janeiro.

A previsão é que essa nova linha de produtos atraia um segmento diferente de consumidores do setor, como pessoas não fumantes. Os produtos comestíveis, que também terão uma margem de lucro muito maior, devem ajudar as empresas canadenses que estão em dificuldade a registrar lucro. Isso também deve dificultar ainda mais a concorrência dos distribuidores do mercado negro.

Otimismo com a legalização nos EUA

Os analistas também apontam para o crescimento do número de estados americanos que continuam avançando em direção à legalização. Cerca de oito deles pelo menos realizarão referendos sobre a legalização da maconha em 2020. Na maioria, senão em todos, deve haver uma redução nas restrições legais. Além disso, será um avanço muito grande se houver uma legalização federal. Entre os estados americanos que estudam a legalização da maconha estão o Missouri, Dakota do Norte, Idaho e Wyoming.

Mas também há diversos analistas e observadores do mercado dizendo que 2020 pode ser pior, principalmente no início do ano.

Enquanto o início de 2019 foi marcado por grandes parcerias estratégias com grandes nomes de outras indústrias – como os fabricantes de bebidas –, a expectativa para o início de 2020 é ver fusões, consolidações e falências. O que alimenta essa tendência é a iminente falta de caixa. Não é difícil ler notícias de vendas de estufas, demissões e desvalorização de estoques não vendidos. Para os grandes players, pode muito bem acontecer de a situação piorar ainda mais antes de surgir algum sinal de melhora.

Dois nomes de destaque

Nem todas as empresas do setor da maconha tiveram um ano ruim em 2019. Duas empresas de extração brilharam: a Valens Groworks (OTC:VLNCF), (TSXV:VLNS) e a Medipharm Labs (OTC:MEDIF), (TSX:LABS).

Sediada em Kelowna, Columbia Britânica, a Valens é uma empresa de cannabis verticalmente integrada e especializada em sistemas de extração próprios, essenciais para o processamento de outros produtos com infusão de canabinoides e terpenos. Negociados tanto no Canadá quanto nos EUA, os papéis da companhia se valorizaram mais de 112% no mercado OTC norte-americano no ano passado, além de oferecer retornos de um pouco mais de 105% na bolsa TSX VIX de Toronto.

Ambas as empresas mantêm contratos com outras companhias do setor para a extração de óleos usados em bebidas, produtos comestíveis e de uso tópico, que devem ter um aumento de demanda quando chegarem ao mercado de varejo canadense.

A Valens também apresenta um valuation bastante baixo por ação. Seus papéis fecharam ontem a CA$ 3,45 em Toronto, uma queda de 4,7%, e a US$ 2,65, uma desvalorização de 4,68% no dia.

A MediPharm também fechou em queda ontem, atingindo US$ 2,93, uma desvalorização de 6,54% no dia. A ação fechou a CA$ 3,79 em Toronto, registrando queda de 6,42% no dia.