Cannadouro transforma Portugal em ponto de encontro da cultura canábica

Nos próximos dias, a cidade do Porto ficará repleta de visitantes, muitos deles brasileiros, em busca de novidades sobre o mercado do cânhamo.

Publicada em 17/11/2021

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Por Jacqueline Passos

Nos dias 20 e 21 de novembro acontece a 4º edição da Cannadouro, Feira Internacional de Cânhamo, na cidade do Porto, Portugal. O evento é uma mostra anual de empresas, marcas e produtos, com a presença de associações e um ciclo de conferências, que contará, inclusive, com nomes importantes do cenário brasileiro, como: Dr. Pedro Pierro, neurocirurgião e diretor científico do Sechat, Cecília Galício, advogada, militante pelo fim da guerra às drogas e Pedro Sabaciauskis, presidente da Santa Cannabis, ambos também colunistas do Sechat. 

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Sobre o evento e a legislação portuguesa

O evento tem como compromisso promover o debate público dentro da sociedade civil em torno da utilização do cânhamo em três vertentes: industrial, recreativa e medicinal. Inclusive possui um espaço exterior onde é possível provar produtos culinários preparados com cânhamo. Isso é possível pois, desde 2001, o uso de drogas foi descriminalizado, de acordo com a Lei n.º 30/2000 em Portugal. Ou seja, quem é pego consumindo ou levando consigo até 10 doses de qualquer droga para consumo próprio no país não é mais preso ou condenado a pagar multa. No entanto, isso não quer dizer que a posse tenha sido legalizada, mas sim, que não é mais considerada um crime.

Já o uso medicinal, foi liberado pela Lei n.º 33/2018, de 18 de julho, que estabeleceu o quadro legal para a utilização de medicamentos, preparações e substâncias à base da planta da cannabis para fins medicinais, nomeadamente a sua prescrição e a sua dispensa em farmácia. Inclusive, é possível ver lojas que vendem óleos, cosméticos, suplementos alimentares e outros produtos feitos de cannabis nas ruas e nos shoppings de todo o país. 

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No entanto, apesar da regulamentação do uso medicinal, diferente do que é visto no Brasil, João Carvalho, diretor da Cannadouro, afirma que o cenário em Portugal não é melhor do que o visto aqui em terras tupiniquins, já que lá, eles não têm as associações como nós temos aqui, o que faz com o mercado seja mais organizado e politicamente ativo.

O que esperar para a Cannadouro 2021

Segundo Carvalho, a expectativa para o evento deste ano é receber mais de cinco mil visitantes, já que em 2019, receberam em torno de quatro mil visitas. Para os próximos anos, a ideia é seguir com o crescimento da feira, não só no número de visitantes, mas também quanto aos patrocinadores e expositores, além também, de aumentar cada vez mais o debate acerca do tema. Devido ao sucesso do evento, iniciou-se também o projeto de uma revista, a Cannadouro Magazine, que pode ser comprada em Portugal ou online de qualquer outro país. 

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Se você deseja fazer uma viagem internacional em breve e conhecer um pouco mais sobre as vertentes agrícola, industrial, recreativa e terapêutica da cannabis, a Cannadouro é parada obrigatória. Para saber mais sobre o evento, clique aqui e sobre os temas e os speakers da feira, acesse o link

Sobre João Carvalho

João Carvalho, diretor do evento e da revista Cannadouro em Portugal, é formado em História e Arqueologia pela Universidade do Porto, local onde, através da música, começou a ter contato com a cannabis pela primeira vez. Hoje, é um grande ativista da causa canábica em Portugal e pesquisador do cânhamo, outra matéria-prima que também se encantou durante a vida acadêmica. Segundo ele, “o cânhamo era o petróleo do mundo, antes do mundo descobrir o petróleo”. Atualmente, ele escreve o livro “História Elementar do Cânhamo em Portugal”, que deve contemplar também alguns aspectos do Brasil. Por isso, João pretende visitar nosso país em breve. Do lado de cá, esperamos ansiosos a visita deste grande entendedor da planta para podermos compartilhar experiências luso-brasileiras. 

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