Cannabis pode ajudar a combater doença silenciosa que atinge, principalmente, mulheres entre 25 e 50 anos no Brasil

O diagnóstico pode levar anos para ser descoberto; hoje, cerca de 3% da população brasileira sofre com a doença

Publicada em 25/01/2023

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As mulheres são as que mais sofrem com a fibromialgia no Brasil. De acordo com a Sociedade Brasileira de Estudos para a Dor, a doença de difícil diagnóstico é a principal causa de dor no país, atingindo cerca de 3% da população. Dos pacientes, 90% são mulheres com idades entre 25 e 50 anos. Uma alternativa para o alívio das dores são os tratamentos à base de cannabis medicinal. No entanto, muitos pacientes desconhecem a possibilidade de conquistar melhor qualidade de vida por meio dos derivados da planta. 

Como o diagnóstico da doença pode levar anos para ser confirmado, fica difícil precisar ao certo quantos pessoas são acometidas pela doença no Brasil e no mundo. Apesar de ser uma doença que surge de forma silenciosa, a dor muscular se manifesta de forma generalizada e de longa duração, sem apresentar evidência de inflamação no local. 

Sobre as estatísticas que mostram que as mulheres são as mais atingidas pela doença, os médicos ainda não sabem explicar o porquê disso. Porém, apesar da espera por muitas descobertas em relação à doença, o que é fato são as interferências dos sintomas na qualidade de vida do paciente: perda do sono, muito cansaço e alto potencial para desenvolver a ansiedade e depressão. 

O tratamento com cannabis 

A cannabis sativa possui inúmeros benefícios medicinais. Para o tratamento da fibromialgia, alguns componentes da planta são indicados porque agem como analgésicos capazes de aliviar as dores. 

O tratamento alternativo vem sendo indicado por médicos prescritores porque não produzem efeitos colaterais que podem prejudicar os pacientes. Ao contrário dos fármacos indicados nos tratamentos convencionais, como analgésicos potentes à base de opiáceos que podem causar  dependência química, física e efeitos adversos ao fígado e ao intestino, devido ao processo de metabolização dessas substâncias. Estes fármacos alopáticos, convencionais, também podem produzir alterações mentais. Neste caso, o paciente pode ter pesadelos, confusão e alucinações, além de náuseas e tontura. 

Os canabinoides podem ser a alternativa para quem sofre com a doença.  Com substâncias naturais extraídas da planta cannabis sativa, o CBD (canabidiol) tem benefícios medicinais capazes de reduzir as dores causadas pela fibromialgia, sem provocar efeitos adversos no corpo e na mente. Isso acontece porque este componente da planta é capaz de agir contra as dores crônicas. 

O THC (Tetrahidrocanabinol), outra substância natural extraída da planta, tem se mostrado eficaz para combater a fibromialgia. De acordo com estudos recentes, o  THC possui os mesmos efeitos analgésicos ou até melhores do que os opiáceos, sem os danos relacionados. 

Embora os benefícios sejam comprovados, ainda existe muita resistência em relação ao THC. O principal motivo para o preconceito é a falta de informação. O composto, utilizado na dosagem certa, oferece muitos benefícios para a saúde.  No caso de pacientes com fibromialgia, a alternativa são os produtos full spectrum, que trazem em sua fórmula todos os compostos da planta, como fitocanabinoides, terpenos, flavonoides, por exemplo, possuem forte efeito analgésico. Assim, pode ser utilizado no tratamento de dores crônicas e neuropáticas. 

Os fitocanabinoides interagem com o corpo humano de forma natural. É que os receptores e sistemas reguladores são ativados pelos canabinoides e geram respostas fisiológicas que atenuam a dor crônica. Essa ação interativa proporciona mais qualidade de vida em pacientes que sofrem com o quadro clínico.