Cannabis para idosos

Entenda como os uso medicinal da planta pode contribuir para um envelhecimento mais saudável e na qualidade de vida dos mais velhos

Publicada em 29/09/2022

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Por João R. Negromonte

Se tem algo que é um fato na vida das pessoas, é que todos irão envelhecer. Não há como fugir ou escapar disso, pelo menos enquanto a ciência não encontrar uma forma de evitar este processo. Tal evolução, pode ser definida por meio das mudanças fisiológicas que o organismo passa ao longo dos anos, afetando diretamente e negativamente, o desempenho neurológico, físico e cognitivo de cada ser humano, sendo inclusive, responsável pelo aparecimento de algumas doenças. Em outras palavras, quanto mais velhos, maiores são as chances de adoecer. 

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Desse modo, cada vez mais as pessoas buscam alternativas para garantir qualidade de vida no futuro. Um destes caminhos, é a terapia canabinoide que, segundo alguns estudos, garante uma vida mais saudável para pacientes que a utilizam. 

Um estudo publicado em 2020, realizado por pesquisadores da Escola de Medicina de San Diego, da Universidade da Califórnia, descobriu que dos 568 pacientes submetidos a alguns testes, 15% revelaram ter utilizado os compostos da cannabis nos últimos três anos para o tratamento de doenças como dor, insônia e ansiedade. 

Steven Rehen, neurocientista brasileiro, afirma em um artigo publicado na Scientific American Brasil, denominado “Maconha é coisa de velho”, que “o sistema endocanabinoide é um grande regulador da homeostase (a condição de relativa estabilidade do organismo). Sua decadência explica muitos dos problemas do envelhecimento, incluindo alguns tipos de câncer, obesidade e demência”.

Desse modo, “restaurar o funcionamento do sistema endocanabinoide pode ser estratégico para reverter perdas cognitivas e devolver saúde àqueles que vivem mais”, destaca o pesquisador. 

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Sistema Endocanabinoide (SEC)

Descoberto nos anos 90 pelo químico búlgaro radicado em Israel, Raphael Mechoulam, o SEC está presente no sistema nervoso central e periférico e se caracteriza pela presença de neurotransmissores como anandamida (tida como substância da felicidade) e o 2-AG (2-araquidonoilglicerol) que, por serem produzidos pelo próprio corpo, foram batizados de endocanabinoides (do grego “aquele que vem de dentro”). Assim, os endocanabinoides, as enzimas que catalisam sua produção e degradação, além dos receptores aos quais se ligam nas membranas das células, formam o sistema endocanabinoide, responsável por regular uma infinidade de processos neurofisiológicos, tais como apetite, memória, sensação de dor, dentre outros.

Diferença entre fitocanabinoides e endocanabinoides (Imagem: Freepik/Sechat)

Caso clínico: a ciência como aliada!

Recentemente, um caso chamou a atenção de alguns pesquisadores da Universidade Federal da Integração Latino-Americana (UNILA), em Foz do Iguaçu, no qual um agricultor de 78 anos que participa de um estudo pioneiro no Brasil com o uso de óleo rico em derivados de cannabis em pessoas com Alzheimer, demonstrou uma reversão dos sintomas da doença, após 22 meses de acompanhamento, como melhora na memória, humor, sono e estabilização da doença.  

Hoje no Brasil, segundo dados do Ministério da Saúde, 200 mil pessoas convivem com alguma forma de doença neurodegenerativa e o Alzheimer atinge principalmente pessoas acima de 65 anos. Por isso, é importante estar sempre em dia com exames médicos, ter cuidado com a alimentação, fazer exercícios físicos e claro, não esperar ficar doente para iniciar um tratamento à base de cannabis, que como dito anteriormente, pode contribuir com a saúde, a qualidade de vida e o bem estar das pessoas com mais idade.

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