Por redação Sechat com informações de Leafly

Quanta cannabis legal os EUA cultivam? Essa sempre foi uma questão grande e nebulosa. Segundo a Gallup, empresa especializada em dados do mercado norte-americano, cerca de 68% dos estadunidenses estão prontos para acabar com a guerra de 85 anos contra a maconha e mudar para um sistema regulamentado. Mas até agora, nenhum regulador ou político pode fornecer um relatório de progresso sobre tal mudança. 

De acordo com o segundo relatório anual Leafly Cannabis Harvest Report 2022, os agricultores de cannabis para uso adulto cresceram 2.834 toneladas métricas no ano passado. Com base em pesquisas federais de uso, 2.834 toneladas compreendem apenas cerca de um quarto da demanda anual de cannabis dos americanos. Portanto, o país está a apenas 24% do caminho para sair da proibição desastrosa e fracassada.

O relatório conclui que, geralmente, os produtores de cannabis do oeste dos EUA cresceram muito no ano passado. Enquanto isso, os agricultores do Centro-Oeste e do Leste não cultivavam o suficiente para atender à demanda de sua região. Devido à proibição federal, os agricultores licenciados não podem vender através das linhas interestaduais. No entanto, o mercado ilícito sim.

Essa dinâmica prejudica os agricultores ocidentais legais, enquanto cobra demais dos clientes do Centro-Oeste e da Costa Leste. Moradores de Illinois e Maine, por exemplo, pagam alguns dos preços mais altos da maconha no país. Colorado, Oregon e californianos pagam alguns dos preços mais baixos.

As descobertas sugerem que o Congresso precisa fazer a vontade de 68% dos eleitores e enviar projetos de reforma da cannabis ao presidente Biden este ano. Os americanos querem votar com seus dólares em cannabis artesanal, herdada e sustentável, mas não podem - ainda. 

Por isso, enquanto o país não se posiciona a respeito de uma regulamentação que contemple todos os norte-americanos, os grandes produtores colhem os louros de uma produção massiva e lucrativa, enquanto os pequenos são atormentados com burocracias e falta de apoio governamental.