Bióloga abandona corticoide após usar cannabis para tratar artrite agressiva

Mesmo com pouco tempo usando os medicamentos à base de cannabis, Rafaela comemora os rápidos resultados

Publicada em 06/12/2023

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bruno vargas, sechat

Diagnosticada há 22 anos com uma artrite agressiva, doença que causa inflamação nas articulações, a bióloga Rafaela Torres iniciou o tratamento com cannabis há cerca de dois meses e já obteve ótimas respostas. “O óleo de cannabis tem um efeito muito rápido. Ainda não tinha encontrado esses resultados  em nenhum outro medicamento natural”, relata a brasileira que, atualmente, mora em Portugal. 

Rafaela Torres | Arquivo Pessoal

Mesmo com o medo de iniciar o tratamento com a planta, por conta de experiência vividas com o tetrahidrocanabinol (THC), Rafaela, que já havia tentado inúmeros outros medicamentos convencionais e alternativos, decidiu dar uma chance à cannabis.

A doença causou deformidade nas mãos de Rafaela.

“No início fiquei com medo do tratamento com a maconha, tive receio por conta do THC. Mas, tomei duas gotas do óleo e nada de efeitos negativos. Depois comecei com três gotas, depois quatro, cinco… hoje tomo sete gotas ao longo do dia”. 

Além de auxiliar no tratamento da artrite, a medicação ajuda também a retirar os corticoides agressivos, substância que ela utilizou durante muito tempo. Segundo ela, antes da cannabis, nos dias em que não usava os remédios convencionais, os sintomas mais comuns eram articulações mais enrijecidas, inflamadas, gerando dificuldade na hora de se movimentar. 

Além da artrite, que afeta principalmente joelhos e mãos, Rafaela desenvolveu a insônia - quase crônica -, doença que afeta significativamente o seu dia a dia. Agora, ela, acompanhada por um médico, analisa a melhor forma de utilizar a maconha para tratar o distúrbio do sono. 

"São 22 anos em tratamento da doença, são 5 anos com a dose de corticoide ininterrupto, e apenas com o óleo consegui substituir o corticoide, pela primeira vez. Para mim é uma vitória deixar o corticoide, é o que todos desejam", compartilhou.

Além da cannabis, Rafaela também faz uso associado a um medicamento convencional para o controle da doença crônica. O remédio biológico usado no tratamento dela é custeado pelo coverno de Portugal.

Experiência fora do Brasil

Moradora de Portugal, país onde a utilização da cannabis para fins medicinais é permitida desde 2019, Rafaela tem todo o seu tratamento custeado pelo Governo local. Além disso, a brasileira ainda ressalta a facilidade em adquirir produtos à base de cannabis no país.

“No Brasil existe uma proibição muito rígida, algo que não acontece em Portugal. Aqui é muito fácil, é como comprar frutas no mercado. Não precisa de nada, até o preço é muito menor. Tanto a capital como as cidades do interior tem produtos para vender em todo lugar, é super acessível.”, relata Rafaela.