<strong>Anita Krepp: A cannabis vai virar uma editoria própria no futuro</strong>

A jornalista disse, ainda, que falta aos grandes jornais notarem a importância de ter um jornalista especializado no assunto, assim como existem em outras áreas

Publicada em 10/04/2023

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Por Tylla Lima

Mais de 180 mil pacientes brasileiros contabilizam o acesso aos derivados da cannabis no país, por importação, associações e farmácias, de acordo com dados do Anuário da Cannabis no Brasil (2022), mapeado pela Kaya Mind. É uma quantidade expressiva, já que a regulamentação da planta no Brasil ainda é restrita. A falta de condições financeiras e de informação agravam a situação. 

A jornalista Anita Krepp, palestrante confirmada no Congresso Brasileiro da Cannabis 2023, reforça a importância da especialização da imprensa no assunto. Com mais informação, todo mundo sai ganhando. “Na grande mídia, a maioria é despreparada, porque normalmente o jornalista não tem tempo de se especializar. Não tem jornalista especializado em cannabis nesses grandes meios, então, o que observamos são matérias que não se aprofundam no tema”, diz Krepp.  

O congresso Brasileiro da Cannabis Medicinal será realizado entre os dias 4 e 5 de maio, no Expo Center Norte, em São Paulo. Trata-se do principal evento  da América Latina sobre os avanços do uso medicinal e industrial da cannabis.

Os dados veiculados na imprensa apontam que as mídias especializadas são as que mais divulgam o uso da cannabis medicinal. Nesse fluxo, a imprensa é o fio condutor. “Por mais que sofra oscilações em como ela é vista, por mais que flutue o nosso valor, a imprensa tem um poder balizador ainda na sociedade, e acho que vai ser sempre”, afirma a jornalista.

"Já ficamos tantas décadas vivendo de fake news, proibição, desinformação e acho que a cannabis deve virar uma editoria própria com profissionais especializados para falar do assunto com propriedade"

Anita Krepp, jornalista

Fazendo valer a confirmação de que a relação entre cannabis e a imprensa precisa ser estreita, porque o que se noticia tem relevância no acesso a informações de pacientes, na quebra do preconceito e até um poder decisivo nas mudanças da regulamentação da planta no Brasil. “Já ficamos tantas décadas vivendo de fake news, proibição, desinformação e acho que a cannabis deve virar uma editoria própria com profissionais especializados para falar do assunto com propriedade. No nosso país as coisas não são tão rápidas como a gente gostaria, mas eu acho que é inevitável”, finaliza.