Agência Mundial Antidoping mantém decisão: cannabis segue na lista de substância proibida no esporte em 2023

Entidade afirma que está em busca de novos estudos para tentar descobrir se o THC, realmente, pode alterar o sistema neurológico dos atletas

Publicada em 13/01/2023

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A cannabis continua na lista de substâncias proibidas para 2023 pela Agência Mundial Antidoping (Wada). Mesmo após pressões externas para a liberação dos produtos para os atletas, a cannabis segue com status de THC. Segundo a Comissão Executiva da Wada, o uso poderia oferecer riscos à saúde neurológica do atleta.

O ponto principal é que o THC tem propriedades psicoativas. A discussão é de que o atleta sob efeito de algum produto que contenha esse tipo de canabinoide estaria indo contra o espírito do esporte. Por outro lado, o canabidiol (CBD) é muito usado. Essa substância é encontrada na cannabis sativa e o uso acontece por meio de produtos, como creme. 

Nomes famosos do mundo dos esportes já utilizam esses produtos, como o skatista Pedro Barros e o tenista Bruno Soares.

Colunista do portal Sechat, a farmacêutica Adriana Russowsky lembra que, em janeiro de 2018, o Canabidiol foi aceito pela Wada como substância permitida para utilização dos atletas.

"Já o THC, nem sempre presente nos extratos da planta, segue proibido para os atletas em prova, devido propriedades psicoativas. Os atletas podem se beneficiar na recuperação e tratamentos com o CBD, já que é anti-inflamatório e antioxidante, melhorando o reparo muscular e auxiliando suavemente com sono e ansiedade", orientou.

Ainda de acordo com Russowsky, a substância não influencia na performance. "Um estudo publicado no ano passado, pela revista Sports Medicine, onde os atletas ingeriram 300mg da substância 30 minutos antes do treino, não houve alteração nem em VO2 máximo e outros parâmetros respiratórios, nem em glicose e lactato", pontuou.

A lista

A Wada faz a atualização da lista todos os anos. A avaliação é feita pela Comissão Executiva. Para dar uma resposta à classe que se esforça pela liberação dos produtos contendo THC, a entidade afirmou que está em busca de novos estudos para tentar definir o impacto neurológico causado pelo canabinoide e, além disso, se a substância realmente afeta na melhoria do desempenho de um atleta de alto rendimento. 

Porém, algumas substâncias ficaram de fora da lista como Tramadol (opióide usado como analgésico), mas incluiu o Voxelotor, que auxilia a hemoglobina na captação de oxigênio.

A entidade explicou que a substância aumenta a saturação arterial do oxigênio. Ainda, de acordo com a Wada, a lista é definida após uma série de reuniões e consultorias com especialistas e é aprovada pelo Comitê de Saúde, Medicina e Pesquisa (HMR) da agência.