A Cannabis medicinal é segura e eficiente no combate a dor crônica, diz estudo

Revisão de artigos médicos publicados nos últimos dois anos mostram eficiência e segurança da Cannabis medicinal no tratamento de dor crônica

Publicada em 24/02/2020

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Um em cada cinco neozelandês sofre de dor crônica, classificação conferida quando o sintoma persiste por mais de três meses. A alta incidência levou a uma revisão de 240 artigos médicos recentes. A análise do material mostrou que a Cannabis é citada como o tratamento mais seguro e de eficiência a longo prazo no combate a dor crônica.

O autor da pesquisa é Hemakumar Devan, do Centro de Pesquisa de Saúde, Atividades e Reabilitação, na Universidade de Otago, na Faculdade de Fisioterapia de Wellington. O pesquisador investiga a interferência dos fatores psicossociais na etiologia da dor crônica incapacitante. O levantamento incluiu publicações entre janeiro de 2015 e junho de 2019, no New Zealand Medical Journal.

Segundo o autor, opioides são recomendados nos casos câncer e neuropatias. Nas outras doenças, há indicações, mas com cautela. Esta classe de medicamento causa dependência, efeitos colaterais e não fazem o mesmo efeito a longo prazo. Já a Cannabis medicinal é apontada como tratamento eficiente e com mínimos efeitos colaterais, mesmo no uso prolongado.

“Não hánenhum artigo apontando para efeitos adversos da Cannabis medicinal, como déficitscognitivos, dependência ou alteração de humor –efeitos que podem afetarparticularmente jovens”, escreveu Devan, na análise publicada no New Zaland MedicalJournal.

A análise ainda chama atenção pela luta das pessoas em viver com dor crônica e sobre a falta de atenção aos recursos não farmacológicos, que dão suporte para a melhor administração da condição de saúde. “Alternativas medicamentosas, como práticas de exercícios, terapia e relaxamento, ajudam a melhorar os sintomas e provam ser efetivos a longo prazo”, observa o pesquisador.

Por outro lado, existe preferência por tratamentos não farmacológicas, mas são pouco indicados. Segundo ele, existe falta de profissionais multidisciplinares disponíveis.