Câncer

Publicado em 21/01/2024
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Segundo o Instituto Nacional do Câncer (Inca), câncer é o nome dado a um conjunto de mais de 100 doenças que têm em comum o crescimento desordenado de células, que invadem tecidos e órgãos. Como podem se multiplicar rapidamente, estas células tendem a ser muito agressivas e incontroláveis e geram a formação de tumores, que se espalham para outras regiões do corpo. Quando começam em tecidos epiteliais, os tumores malignos tendem a invadir partes do corpo como a pele ou mucosas e são denominados carcinomas. Se o ponto de partida são os tecidos moles como músculo, gordura, tendões, vasos sanguíneos, dentre outros, são chamados sarcomas. Estes por sua vez (sarcomas), correspondem a neoplasias em 1% dos indivíduos adultos. 

Estudos com THC e CBD indicam que a cannabis pode ser um aliado importante no manejo de sintomas em pacientes com câncer. Pesquisas conduzidas por uma equipe da Virginia Commonwealth University Massey Cancer Center, que analisou dados de mais de 20 mil pessoas entre 2013 e 2018, identificaram que pacientes que fizeram uso de canabinoides experienciaram uma redução significativa nos sintomas causados pelo tratamento da doença, bem como melhora no apetite e qualidade do sono.  

Revisões bibliográficas baseadas em bancos de dados de organizações e institutos de referência, como SciELO, MEDLINE/PubMed, Instituto Nacional de Câncer José Alencar Gomes da Silva (Inca), Organização Mundial da Saúde (OMS) e Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica (SBOC), destacam que a cannabis medicinal pode ser eficaz no tratamento da dor do câncer e controle de efeitos colaterais de terapias convencionais. Tais pesquisas apontam que agentes canabinoides podem ser utilizados como adjuvantes no tratamento de alguns tipos de câncer e se apresentando como uma opção útil para profissionais de saúde. Recentemente, um estudo publicado na revista Cannabis and Cannabinoid Research apresentou resultados positivos em testes com CBD em células de glioblastoma em modelo de tumor próximo ao humano, com redução expressiva no tamanho do tumor e no microambiente tumoral.  

Outros estudos realizados in vitro e em animais também mostraram a capacidade do canabidiol de induzir a morte celular em tumores cerebrais e bloquear a metástase de alguns tipos de câncer. Essas descobertas oferecem esperança para pacientes com câncer e suscitam uma reflexão importante sobre o uso medicinal da cannabis no tratamento de diversas doenças.  

Outra pesquisa que também chamou muita atenção foi a do professor associado Prokopios Magiatis da Universidade de Atenas, que recentemente apresentou resultados na 9ª Conferência Pan-helênica de Ciências Aplicadas, mostrando que os ácidos canabinoides da planta da maconha, quando modificados em compostos químicos originais em laboratório, têm potencial para reduzir células cancerígenas de mama, fígado e pele. 

“Durante uma avaliação farmacológica, o estudo realizado em colaboração com o grupo de pesquisa do Dr. Charalambias Boletis no Hellenic Pasteur Institute, descobrimos que essas substâncias na maconha modificada têm um efeito citotóxico aprimorado em várias linhas de células cancerígenas (mama, melanoma, fígado etc.). E, a substância mais promissora é o éster butílico do ácido canabigerólico (CBG) contra células de câncer mamário”, disse Magiatis. 

 

 

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